Página 73 - Revista Al Shop nº 226

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O mercado para o uso civil de drones está começando a decolar à
medida que as empresas consideram seu uso para fazer entregas
e prestar serviços importantes, como internet sem fio para locais
remotos. Para os varejistas, os drones têm enorme potencial para
entregas de forma mais rápida e barata. Por isso se espera que o
mercado de drones chegue a US$ 400 milhões até 2020.
DRONES
Fazer compras online, conhecer a opinião de outros
consumidores sobre um produto ou sobre uma loja pelo
computador, smartphone ou tablet, ainda não se tornou
hábito entre os brasileiros. Mas pode proporcionar
compras mais ágeis e até mais baratas pela facilidade de
pesquisa de preços. O e-commerce ainda carrega a fama
de não ser uma ferramenta comercial muito segura. Há
riscos de o consumidor receber o produto com atraso, não
recebê-lo ou mesmo ter o cartão clonado.
Mas o crescimento das relações comerciais pela internet
sempre será limitado a certos segmentos de produtos. Não
imagino, por exemplo, o consumo de peças de vestuários,
perfumes, que dependem dos sentidos do aroma, da prova,
do tato, da relação direta com o produto, com o vendedor,
na decisão de compra. Aponto ainda, nessa categoria,
produtos como móveis, decoração, carros e artigos de luxo.
Em tese, há uma geração que nasceu e cresceu na era da
internet, início da década de 1990, e que hoje está entrando no
mercado de trabalho e de consumo, que seria mais adepta a
A tendência mesmo é que as novas tecnologias de acesso
ao consumo se complementem à compra nas lojas físicas.
Por exemplo, já há lojas que vendem online para que o
consumidor retire o produto na loja física.
Em um dos maiores eventos de varejo do mundo, a NRF,
realizado em janeiro deste ano, nos EUA, curiosamente mais
do que a tecnologia, a humanização e a customização do
varejo foram os temas mais debatidos nas palestras. Mas há
um componente cultural, no ato da compra e venda, que vai
muito além do consumo consciente, por necessidade. O ato
de adquirir um produto está apoiado na cultura do passeio em
família, com o namorado, com as amigas, do prazer em olhar
vitrines, ou seja, dos aspectos sociais e lúdicos que a compra
virtual nunca irá substituir.
*Julio Takano é presidente daAbiesv (Associação Brasileira da Indústria,
Equipamento e Serviços para oVarejo) e sócio da KT Soluções para o varejo.
O REAL IMPACTO DA
TECNOLOGIA NO VAREJO
JULIO TAKANO*
JOVENS CONSUMIDORES
HUMANIZAÇÃO: TENDÊNCIA
autoatendimento surgiram em NovaYork, em 1992. Esse serviço
se tornou comum em supermercados da América do Norte e da
Europa e quadruplicou desde 2008. Até o final deste ano, estima-
se que 430 mil caixas de autoatendimento em lojas estarão em uso
em todo o mundo, registrando cerca de US$1 trilhão só nos EUA.
esse tipo de compra virtual. No entanto, pesquisas nos EUA
já detectaram certa aversão dos jovens ao conteúdo comercial
das redes sociais, o que tem desvirtuado até mesmo a razão
de sua existência. Além disso, no Brasil, o fenômeno dos
“rolezinhos”, grupo de jovens que utiliza shopping centers
como pontos de encontro, contraria também essa tese.
Notícias do crescimento das vendas por e-commerce
em datas festivas são mascaradas pela falta de um dado
importante para se verificar o real tamanho desse tipo de
consumo: o número de usuários com acesso à internet no
país que cresce a cada ano. Ou seja, o aumento pode ser
proporcional à população que passou a ter acesso à internet.
Mas o uso da tecnologia no varejo não se limita ao consumo
direto na relação compra e venda. Para os gestores, por meio
de sensores, já é possível identificar o número de pessoas
que entram e saem e o tempo que permanecem nas lojas.
Os sistemas sonoros e de iluminação são controláveis e
podem compor com o estilo do público no ponto de venda
e dar destaque a certos produtos e seções. Sem dúvida, o
acesso facilitado a informações por meio dos canais digitais
também tem gerado impacto importante no atendimento
nas lojas físicas. Hoje, os consumidores entram nas lojas
com mais informação sobre preços, concorrentes, modelos e
matéria-prima utilizada nos produtos.