59
A iniciativa se justifica: as atrações realmente se revertem
em vendas. “Cada vez mais os pequenos são grandes
influenciadores de compras para os seus pais: quando os
pais levam uma criança ao shopping, acabam consumindo
produtos que não estavam previstos”, pontua Maria Fernanda.
Ela explica que faz parte do “ritual divertido para a criança”,
ter o momento de lanchar em um fast-food e comprar uma
guloisema, depois de ir ao cinema ou jogar boliche.
Nesse contexto, os malls aproveitam o sucesso dos personagens
licenciados, como Angry Birds, Galinha Pintadinha, Barbie,
Disney, Smurfs e outros, que têm um poder de atratividade
muito alto. A BRMalls usa os parques temáticos em seus
shoppings durante todo o ano, realizando a rotatividade das
atrações entre os empreendimentos que administra. A AD
Shopping apostou na tática para conquistar as crianças de 3 a
12 anos durante o período e trará a Vila dos Smurfs. “Muitas
vezes, a opinião da criança é decisória na escolha do que fazer
em termos de lazer com a família”, declara a supervisora de
Marketing Corporativo da AD, Cristiane Moreira.
Ela conta que os empreendimentos buscam atender suas
expectativas com atividades, com temas que remetam a um
personagem querido ou um herói, jogos e novidades. Isso
acontece não só em outubro, quando se comemora o Dia das
“O maior desafio dos shoppings, em qualquer data, é atrair
fluxo”, decreta o especialista em varejo, Doutor Fernando
Gibotti. “Ao lojista, cabe estender a campanha promocional
do shopping para a própria loja”, pondera. Segundo ele, as
ações de marketing isoladas pulverizam a atenção do público
e fazem a campanha temática do mall perder força. “Atendi
um shopping nordestino, no Natal. Das 220 lojas, 38 estavam
realizando campanhas isoladas. Perderam a oportunidade de
ganhar com a campanha coordenada pelo mall”.
Gibotti dá dois exemplos de ‘ações casadas’ que ele comandou
recentemente: na primeira, instruiu os clientes a oferecerem para
as crianças balões infláveis com personagens do parque temático
montado no centro de eventos. No segundo, instalou totens
interativos com games em frente às lojas dedicadas aos artigos
infantis. “O jogo era dividido em fases, e cada fase precisava ser
jogada em um totem. Assim, a criança que queria concluir o jogo,
precisava passar por todas as lojas dedicadas ao público infantil”.
O especialista afirma, ainda, que os brinquedos já não são o
item mais procurado pelos consumidores no Dia das Crianças.
E por dois motivos: primeiro, o acesso facilitado aos brinquedos
pode levar o adulto a ter dúvidas se a criança a ser presenteada
já tem o brinquedo em questão; e as compras relacionadas à data
não são apenas para filhos e sobrinhos próximos – se estendem
para as “crianças amigas”. “Em caso de dúvida, o consumidor
opta por itens como roupa e calçados”, diz. Gibotti aponta outro
segmento em elevação: o de itens de decoração dedicados a esse
público: “a criança já tem o seu espaço e quer aproximá-lo da
sua personalidade”, pontua.
Atrações x produtos
Entretenimento
para a família
M K T
Crianças, mas ao longo do ano todo. “Essa é mais uma forma de
oferecer um ambiente agradável para todos, em que o adulto tem
opções de compras e as crianças se divertem, em meio às outras
comodidades que o shopping apresenta”, conclui a executiva,
revelando que a expectativa de aumento das vendas para o Dia
das Crianças 2014 é de 9% em relação ao ano passado.
turminha nas horas de lazer - como restaurantes que lançam
cardápio infantil para agradar as crianças, malls que instalam
parques temáticos nas praças de eventos, entre outras ações.
Para os empreendimentos, é necessário olhar para três
nichos diferentes, de forma a extrair o melhor dessa data –
que em termos de vendas só perde para o Natal (no segundo
semestre). “Os shoppings precisam oferecer produtos,
alimentação e lazer”, ratifica Maria Fernanda. Claro que a
constatação é quase óbvia, mas pede adaptações para a data.
Dar um espaço de qualidade e com conforto para a criança,
deixa o adulto – real consumidor – mais à vontade para as
compras. “Acreditamos que a experiência para a criança
prolonga a experiência da família como um todo dentro dos
nossos shoppings”, diz.