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HUGO RODRIGUES
ENTREVISTA
A GERAÇÃO Y LEVANTARÁ A CABEÇA
OU SEMPRE ESTARÁ OLHANDO PARA O
SMARTPHONE?
HUGO RODRIGUES:
Talvez seja mais apropriado
dizer que ela verá sempre o mundo, de cabeça erguida,
através do celular. A geração Y tem de 23 a 34 anos e já
nasceu digital. Não precisa se adaptar. E é bom observar
que, colada na geração Y, e a influenciando, vem a
Geração Z, ainda mais digital e mobile. Estamos falando
de pessoas que usam muito mais o celular do que o
computador e isso provoca uma mudança enorme no
comportamento de consumo. Temos dados recentes que
mostram que 37% dos brasileiros que têm smartphones já
deixaram de comprar em loja física para comprar em um
site. Essas pessoas entram em uma loja, veem um produto
e comparam preços em tempo real em seu celular. Aí é só
uma questão de escolher o mais barato...
COMO APROVEITAR A REDE PARA
CONQUISTAR ESSE PÚBLICO?
HUGO RODRIGUES:
É preciso lembrar que para as
gerações Y, Z e para a Alfa, que vem em seguida, não há
limites entre a web e o mundo real. A rede deve ser encarada
como uma extensão natural da sua marca no mundo físico.
E para interagir com esse público, em qualquer ponto de
contato, é preciso ser precursor, buscar uma nova linguagem,
estabelecer diálogos, não monólogos. Ser rápido nas respostas,
transparente e interativo. Na rede, especificamente, o primeiro
passo é ter um site de e-commerce eficiente.
HÁ OUTRAS FORMAS DE FISGÁ-LO
E ENTRETÊ-LO SEM SER COM REDES
SOCIAIS, SITES E APLICATIVOS?
HUGO RODRIGUES:
Sim, claro. As lojas físicas devem
começar a trilhar um caminho para que se tornem centros
de entretenimento. Porque, no futuro, as pessoas irão até
elas basicamente para experimentar e sentir coisas. Mas se
o consumidor sair da loja encantado pela marca, ele fará a
compra mesmo que seja online. A experiência física e a online
precisam se complementar. Não é à toa que lojas-conceito
estão cada vez mais em voga. Neste primeiro momento, a
melhor forma de chamar a atenção do consumidor continua a
ser bem simples: investir no atendimento.
O MARKETING DE MASSA
CONTINUARÁ OU A PERSONALIZAÇÃO
DA COMUNICAÇÃO É UM CAMINHO
DEFINITIVO?
HUGO RODRIGUES:
Vivemos na época da
personalização massiva. Na era da Big Data, você fala de
forma cada vez mais pessoal, com um número cada vez maior
de pessoas.
O IMPULSO DE COMPRA CONTINUARÁ
SENDO PROPAGADO COM ESTEREÓTIPOS
OU ESSES TEMPOS JÁ ACABARAM?
HUGO RODRIGUES:
A propaganda trabalha com
base em pesquisas, visando atingir um público-alvo. E um
público-alvo apresenta características em comum que são
retratadas, às vezes, em apenas 30 segundos. Isso acaba sendo
muitas vezes interpretado como uma forma de estereótipo.
Mas, como reflexo da sociedade que é, a publicidade tende
a usar personagens que representam cada vez mais a nossa
diversidade.
EM 2013, VOCÊ FALOU NO BRASILSHOP
SOBRE A CLASSE C E O SEU PODER DE
CONSUMO. O QUE MUDOU DESDE ENTÃO?
HUGO RODRIGUES:
Acaba de sair uma pesquisa que
mostra que, em 2014, a classe B voltará a representar mais de
50% do consumo do país. Isso significa que uma parcela da