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INTERAÇÃO DIGITAL COMO CONSUMIDOR
GRATIFICAÇÃO INSTANTÂNEA
A pressão por redução de impostos, a valorização e retenção
dos talentos e a expansão dos negócios, temas recorrentes ao
varejo brasileiro, também estimularam os debates na Retail´s
Big Show. “A diferença é que, no mercado americano, são
defendidos com uma união e foco muito maior do que a
encontrada no Brasil”, nas palavras de Zanco.
A Keynote da Chairman e CEO da IBM, Ginni Rometty,
realizada no segundo dia do evento, levantou três conceitos
que ela considera com “poder enorme de revolucionar o
negócio”: Cloud - para dar múltiplos acessos a dados de
clientes e varejistas, sempre com governança e segurança;
Big Data - a compilação e uso assertivo dos dados gerados
pelos consumidores; e a Computação Cognitiva - conceito
que apregoa às máquinas a capacidade de aprender, raciocinar
e interagir conosco de maneira natural e personalizada.
Já a breakout session da Forrester Research trouxe dados
interessantes sobre o e-commerce. “A conclusão é que
ele continuará a crescer mas que, principlamente, cresce
a quantidade de compras em lojas físicas que passam por
acessos à web, principalmente por dispositivos mobile”,
esclarece Zanco. Para ele, o segundo dia de Retail´s
Big Show pode ser resumido da seguinte maneira:
“Customização, Convergência, Mobile, Relevância e
Experiência de Compra continuam sendo as palavras de
ordem – apoiadas em muito uso de tecnologia”, pondera.
A gratificação instantânea continua sendo a grande
vantagem do varejo físico frente ao comércio eletrônico
– além, é claro, da possibiliade de experimentar,
presencialmente, o produto. Essa foi a conclusão das
breakout sessions do terceiro dia do Congresso Mundial
do Varejo, que discutiu o uso inteligente de dados, da
interação mobile do varejo físico e a crescente disputa entre
a conveniência digital e a experiência física – temas mais
relevantes para o varejo nos próximos anos.
De forma leve e otimista, a Keynote Session de Bert Jacobs,
co-fundador da Life is Good, apresentou o case da empresa.
Segundo ele, “um dos segredos do sucesso da Life is Good
é envolver o consumidor por uma imagem positiva de
marca, gerada pela percepção positiva da vida transmitida
em seus produtos e ações como companhia”, conta Zanco.
Jacobs lembrou que as sete lojas físicas da marca, que atua
basicamente em multimarcas, são planejadas para oferecer
aos consumidores experiência e entretenimento, e que a
compra é consequência disso.
“Por fim, destaco o painel da companhia de monitoramento
de tendências PSFK. Entre outras tendências, eles citaram
que os dados devem ser usados para propiciar experiências de
customização e personalização para os consumidores, dando
um toque cada vez mais humano ao varejo”, resume Zanco.
E O BRASIL?
Caito Maia e Claudio Bobrow – fundadores da Chilli
Beans e da Puket, respectivamente – abriram a participação
brasileira da convenção com uma apresentação já no
primeiro dia de evento. Ambos conquistaram a plateia
formada por brasileiros e americanos, e mostraram que
as marcas brasileiras também geram cases internacionais.
“O ponto em comum – e o que permanece como lição
dessas histórias de sucesso – é a coragem de ambos os
empreendedore de inovar e a capacidade de criar conexões
emocionais, tanto com consumidores quanto com a equipe”,
acredita Zanco.
Mas a análise internacional do nosso varejo não é tão
positiva. Segundo a Delloite, o varejo brasileiro saiu do
foco das grandes redes. A empresa ressaltou que dos cinco
maiores players daqui, apenas um tem alcance nacional –
característica e interfere, inclusive, na internacionalização
das marcas locais.