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NRF
Prevenção de perdas é um dos componentes mais importantes
– e dispendiosos – do varejo. Empresas gastam milhões
equipando suas lojas com os melhores aparelhos de vigilância
e detectores de roubo, fixando-os nas mercadorias mais fáceis
de furtar, aquelas que são colocadas no bolso tão rápido que
não há tempo para que a equipe de segurança possa agir. O
problema é tão sério que existe até um reality show — “Caught
Red Handed” – sobre isso na TruTV, e cativa quase um milhão
e meio de espectadores por semana. Mais ou menos como
os administradores do varejo, que procuram proteger seus
investimentos, “Caught Red Handed” foca na proteção de
lojas. O que ainda falta no meio de tanta fortificação das lojas
varejistas é saber quem as rouba e por quais motivos.
“As pessoas roubam por diversas razões,” diz Terrence
Shulman, fundador e diretor do Centro Shulman para
Roubo Compulsivo, Gastos Excessivos e Colecionismo, que
categoriza os ladrões de lojas em sete grupos: ladrões de loja
viciados e compulsivos que sofrem de problemas relacionados
à raiva; funcionários das lojas que roubam para tirar vantagem;
pessoas pobres que roubam devido a necessidades econômicas;
“caçadores de emoção” que furtam lojas pela adrenalina;
viciados em drogas, álcool ou jogo que roubam para sustentar
o vício; cleptomaníacos, que roubam por nenhuma razão em
especial; e pessoas distraídas, que simplesmente não percebem
que estão roubando. De todas essas sete categorias, são os
funcionários das lojas aqueles que estão recebendo maior
atenção da indústria varejista.
Dentrodacabeçadobandido
CRIME ORGANIZADO
OQUE ISSO TEMA VER COM SAÚDEMENTAL
Os grupos de roubos de varejo organizados furtam pela mesma
razão que as gangues de tráfico: existe muito dinheiro envolvido
nisso. O crime organizado custa aos varejistas 30 bilhões de
dólares anuais, de acordo com uma pesquisa de 2013 da NRF.
O FBI diz que o furto em lojas é bastante preocupante,
porque é a porta de entrada para crimes maiores “que se
utilizam de procedimentos ilícitos para gerar outros crimes –
tais como atividades de crime organizado, fraudes em planos
E quanto a essas outras 6 categorias de ladrões de lojas?
Os funcionários não são os únicos ladrões, e muitos sequer
QUEM ESTÁ ROUBANDO SUAS LOJAS? E POR QUÊ?
POR FREDMINNICK TRADUÇÃO GABRIELAWONDRACEK
de saúde, lavagem de dinheiro e, até mesmo, terrorismo”,
segundo o agente especial do FBI Eric Ives.
Os maiores sindicatos de crime organizado [nos EUA] incluem
grupos de ladrões sul-americanos, subsidiários de cartéis de
drogas mexicanos e grupos criminosos cubanos e do sul da
Flórida. Ladrões de varejo provenientes do crime organizado
trabalham em equipe, fazem sinais com as mãos para se
comunicar e não necessariamente roubam itens de grande
valor – eles simplesmente roubam aquilo que as pessoas mais
querem. De acordo com uma reportagem da NRF, os itens mais
focados pelo crime organizado são: fórmulas de nutrição infantil,
sabão em pó, energéticos, jeans de alto padrão, antialérgicos e
aparelhos de telefonia celular. A reportagem também ressalta
que 8 em cada 10 varejistas acreditam que as atividades do crime
organizado aumentaram muito nos últimos três anos.
Em 2007, a NRF e o FBI criaram a Law Enforcement Retail
Partnership Network (LERPNet), uma base de dados de
segurança nacional que registra os crimes de varejo e outros
incidentes sérios do tipo, o que permite que as empresas
compartilhem informações. A NRF também fez pressão para
que o crime organizado direcionado ao varejo se tornasse um
crime previsto por lei federal; 28 estados já aprovaram ou
têm em vigor alguma legislação contra o roubo organizado
das lojas. O governador da Flórida, Rick Scott, assinou
recentemente uma lei que garante uma sentença mínima de 21
meses de detenção para criminosos de varejo.
“Os crimes direcionados às lojas fazem com que os varejistas
convertam as perdas em prejuízos para o consumidor, como,
por exemplo, por meio do aumento de preço das mercadorias,
o que dificulta os negócios entre lojistas e consumidores na
Flórida”, foi o que disse Scott quando aprovou a lei. “Esta nova
lei faz parte da luta contínua para manter o baixo custo de vida
das famílias de nosso estado.”
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