Página 51 - Revista Alshop nº 217
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RIACHUELO
BIG BRANDS
E a nova meta é conquistar as classes A e B. “O preço alto
exclui as compras da baixa renda. Mas o preço baixo não
exclui a alta renda. Vemos Kate Middleton e Michelle Obama
usando fast fashion. Hoje, o baixo custo é cool”, dispara
Rocha. A parceria com estilistas renomados foi o primeiro
passo nesse sentido, mas trouxeram outros benefícios para a
marca, como a melhora da modelagem das peças. “A primeira
coleção criada com a Cris Barros exigiu 7 provas, o que é
um absurdo. A partir dessas experiências, conseguimos uma
evolução de 400% na venda dos jeans, o que prova que hoje
eles vestem muito melhor”, revela Marcella.
A inauguração da loja conceito na Oscar Freire, tradicional
rua do Jardins paulistano dedicada à moda, demonstra que
a Riachuelo tem potencial para conquistar as clientes mais
‘nobres’. “Você poderá almoçar na Oscar Freire, conferir
as últimas tendências na nossa nova loja e pagar preços
democráticos por isso. É a democratização da moda chegando
à esquina mais fashion do Brasil”, pondera Rocha. Marcella
acredita que “essa loja coroa um momento muito bom da
marca”, e que “a Riachuelo quer se comunicar com essa
mulher jovem, que compra para si para o marido, o irmão
e o filho”, sempre se embasando num grande processo de
comunicação e diálogo com essas clientes.
Ampliar o escopo de consumidores é estratégico para a
empresa dobrar de tamanho até 2016. Serão mais de 200
lojas, cerca de 40 por ano, segundo Marcella. Grande parte da
expansão da Riachuelo será por meio de shoppings centers,
muito deles em cidades que ganham seu primeiro centro
comercial. “Há um deficit de shoppings, estamos muito
aquém dos Estados Unidos, mesmo considerando a diferença
de renda. O shopping é interessante porque proporciona um
ambiente de formalização do varejo”.
Em 2012 a empresa anotou crescimento de 14,4% nas vendas,
número que deve ser batido esse ano. O próximo desafio é
descentralizar a área de costura para ganhar escala. “É a parte
do processo que concentra empregos e não se beneficia da
escala. Uma oficina eficiente reúne de 50 a 100 funcionários”,
diz Rocha. A expectativa é criar 100 mil empregos na indústria
com a expansão das lojas. “Se isso deve ser produção própria,
terceirizada ou chinesa, o mercado que vai ditar”, conclui ele.
