Página 89 - Revista Al Shop nº 228

Muitos shoppings criam programas de
relacionamento e centros de convivência
para a Terceira idade que oferecem cursos,
atividades culturais e lazer. No Raposo
Shopping, em São Paulo, um grupo de 50
idosos recebe aulas de ginástica e pilates,
duas vezes por semana. A ação é desenvolvida
em parceria com a academia Space Fit. “O
público da melhor idade representa 4% de
todos os consumidores que frequentam o
mall”, conta a gerente de Marketing, Yarina
Pietro. “Percebemos um crescente aumento
do poder de compra desse público e estamos
sempre desenvolvendo ações para atendê-lo”.
Além da ginástica, o mall oferece, uma
vez por ano, aulas de artesanato e prepara
oficinas e workshops dedicados a esse
público. Outra preocupação é com a
autonomia dos idosos: o edifício tem
rampas de acesso e carrinhos motorizados,
facilitando a mobilidade e locomoção, e
conta com uma estrutura segura para esse
público. “Não temos treinamentos para
atendimento diferenciado para esse público,
pois apesar de sabermos que eles possuem
necessidades diferenciadas, treinamos toda a
equipe para respeitar e ser gentil com todos
os consumidores. Só recomendamos um
pouco mais de atenção aos idosos”, declara.
Yarina conta que o Raposo Shopping também
virou um ponto de encontro para o público
da terceira idade, que marca encontros
para almoçar ou, simplesmente, tomar um
café. Moradora do bairro onde o shopping
está localizado, Terezinha Porfira Marques
de Avila, de 66 anos, é frequentadora
assídua do Raposo. Além de se exercitar
no programa Saúde e Movimento, ela usa
o shopping para se reunir com as amigas e
para fazer compras. “O shopping me socorre
diariamente. Qualquer coisa que precisamos
encontramos lá. Hoje mesmo fui almoçar
com as colegas da ginástica”, diz.
Aposentada há 15 anos, Terezinha aproveita o
tempo livre para encontrar as oito amigas, que
conhece há mais de 40 anos, para tomar chope
e comer uma pizza pelo menos uma vez por
semana. Viagens estão no topo da lista de coisas
que pretende fazer nos próximos anos. “Até os
60 anos mudamos a cada década. Depois disso,
percebo mudanças a cada ano”, diz ela.
Mais independentes e com a expectativa de
vida melhor do que há algumas décadas, a
maior parte dos brasileiros (64%) chega à
terceira idade como o único responsável por
suas decisões de compras. É uma parcela
considerável, que aumenta para 68% entre as
mulheres entrevistadas.
“Mesmo considerando as responsabilidades
assumidas com o orçamento familiar, eles
encontram meios de cumprir suas expectativas
de consumo. Com o aumento da expectativa
de vida, e a melhora na qualidade de vida
dos idosos, o comportamento independente
em relação às decisões de consumo será cada
vez mais frequente nesse grupo”, comenta
a economista. Tania lembra que alguns
segmentos são mais beneficiados com o
aumento do poder de consumo dos idosos,
principalmente os serviços de saúde em geral
(incluindo os centros de estética), as atividades
culturais e de entretenimento, os serviços
financeiros e o de turismo para a terceira idade.
Estimativa de vida
Independência física
e financeira