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Em 1973, antes mesmo de se consolidar como fotógrafo no
Brasil, Miro esteve em Paris, trabalhando com o diretor de arte
Peter Knapp, onde realizou fotografias para editoriais de moda
da Elle e de outras revistas por lá. De volta ao Brasil, no final
dos anos 1970 – mais ou menos entre 77 e 78 – trabalhou com
Luiz Tripolli, que considera um pioneiro na fotografia de moda.
E foi na década de 1980 que ele se tornou um dos fotógrafos de
moda e publicidade mais influentes do Brasil, sendo responsável
por campanhas e fotografias que são consideradas “clássicos” das
campanhas de revistas como Vogue, Marie Claire e Interview.
Entre os trabalhos mais emblemáticos estão a campanha do
primeiro maiô da Lycra – que considera seu primeiro grande
momento como fotógrafo, da “bonita camisa Fernandinho” da US
Top, sem contar os 16 anos de campanhas para a Forum.
Da publicidade e dos editoriais de moda para as
exposições fotográficas, Miro imprimiu um estilo único
e marcante, claramente inspirado pelo cinema, pelo teatro
e pela pintura. Muito antes do tratamento de imagem, Miro
já inovava e ousava criando efeitos para suas fotos com
o que tinha em mãos: nos editoriais da Elle, por exemplo,
ele já tirava fotos em P&B e as coloria com tinta guache,
conferindo-lhes um efeito único, fotos dignas de serem
chamadas de obras de arte.
Miro, decididamente criou tendências, sendo responsável pela
identidade visual de várias marcas. Recentemente (2010),
foi homenageado com o livro Miro – Artesão da Luz (Luste
Editores), do fotodesigner José Fujocka, que reuniu vida e obra
do artista numa única publicação.