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Copom sinaliza que momento de início do processo de normalização monetária será dependente dos dados

A ata da última reunião do Copom, divulgada há pouco, trouxe mais detalhes sobre os próximos passos da política monetária. De modo geral, o Comitê sinalizou que está preparado para reduzir o grau “extraordinário” de estímulo vigente, mas que os “benefícios de se aguardar” novas informações “se sobrepõem aos custos”. O início do ciclo de normalização, ainda que próximo, está em aberto, como sinalizado pelo documento. A nosso ver, terá início somente após dissipada parte das incertezas relacionadas aos impactos da pandemia sobre a atividade econômica, que deverão estar presentes ao longo de todo o primeiro trimestre, na nossa visão. Além disso, o BC também segue monitorando o risco fiscal. Em relação à magnitude do ajuste, destacamos o parágrafo 15. Naquele parágrafo, cita-se que “alguns membros” do Comitê questionaram se, frente à normalização da economia nos últimos meses, ainda seria adequado manter o grau de estímulo extraordinariamente elevado.

Para tais membros, o Copom deveria considerar o início de um processo de “normalização parcial”. Vale lembrar que, no Relatório Trimestral de Inflação de dezembro, foi explicitado que o juro real neutro com o qual o BC trabalha é 3,0%. Assim, avaliamos que há um espaço bastante grande para a normalização monetária, mas que esse processo pode ser feito em partes ou em ritmo bastante gradual.

O plano de voo do BC, acreditamos, está em aberto inclusive em relação a isso. Por ora, trabalhamos com Selic de 4,0% ao final de 2021.

Fonte:DEPEC Bradesco