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Banco Central explicita motivos para início da alta de juros

A ata da última reunião do Copom indica que a surpresa com a atividade econômica, num contexto de expectativa de inflação desancorada, foi um fator decisivo para o início do ciclo de alta de juros.

Na estimativa do Banco Central, a surpresa com a atividade levou o hiato para o campo positivo, tornando mais desafiadora a redução da inflação em direção à meta.

O Comitê mostrou desconforto com o aumento dos salários em ritmo superior ao crescimento da produtividade.

Ainda que não encontrem evidências de que a pressão salarial tenha impactado os preços, a diretoria acredita que ainda haverá elevação da inflação por conta desse fator.

O Comitê entende que a composição da inflação piorou. A alta da inflação de bens industriais e de alimentos é possivelmente explicada pela depreciação cambial e fatores climáticos. Isso, aliado ao hiato positivo, torna mais difícil a convergência da inflação, segundo a ata.

O contexto global, por outro lado, é mais benigno. Os EUA iniciaram o ciclo de corte de juros e a desaceleração da economia chinesa indica que os preços das commodities devem se manter comportados.

Assim como no comunicado, a ata não indica qual será o ritmo de alta dos juros nas próximas reuniões.

Na avaliação do Banco Central, o ideal seria iniciar o ciclo de forma gradual, de modo a permitir que os mecanismos de política monetária comecem a atuar.

As próximas decisões serão guiadas pelo compromisso de convergência da inflação à meta.

Nossa avaliação: esperamos aumento da Selic até 11,50% no início do ano que vem, contando com alguma desaceleração da atividade, apreciação da taxa de câmbio e acomodação nas expectativas de inflação ao longo dos próximos meses.

A projeção de inflação do Banco Central, no horizonte relevante para a política monetária, indica chance de que os juros podem ser um pouco maiores do que o nosso cenário base.

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IPCA-15 sobe 0,19% em agosto

A alta de 0,19% no IPCA-15, em agosto, foi ligeiramente mais alto do que nossa projeção (0,16%).

Em doze meses, a inflação acumula alta de 4,35%, contra 4,45% no mês anterior.

Em relação à nossa projeção, a queda do preço dos alimentos foi um pouco menos intensa, com destaque para os produtos in natura.

Por outro lado, o aumento do preço da gasolina foi um pouco mais baixo.

Os bens industriais acumulam alta de 1,0% nos doze meses encerrados em agosto, contra 1,2% em julho.

Nas métricas mais curtas, observamos alguma aceleração da inflação de bens industriais, em especial nos produtos duráveis, o que pode ser os primeiros sinais de repasse cambial.

Os serviços estão rodando em 4,8% na variação trimestral anualizada.

Os serviços intensivos em trabalho estão desacelerando nos últimos meses, 4,5% na média de três meses anualizada.

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BC está perseguindo o centro da meta

O Banco Central está perseguindo o centro da meta de inflação.

Ao contrário do período 2013 a 2015, quando claramente o BC mirava a inflação em torno do limite superior da meta, desde 2016 a meta implícita perseguida está bem próxima do centro, mesmo que com alguma flutuação.

Entendemos que há incerteza sobre a condução futura da política monetária, mas não há, na atuação atual do Copom, qualquer indício de mudança de postura nos últimos anos.

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Indústria cresceu em ritmo acelerado em junho

A produção industrial subiu 4,1% em junho, após queda de 0,9% no mês anterior. Com isso, o setor avançou 0,7% no segundo trimestre e deve contribuir para o crescimento do PIB no período.

Ainda não conhecemos os números regionais, mas é possível que o resultado de junho esteja relacionado a retomada do setor no Rio Grande do Sul.

A produção de bens de consumo, que cresceu quase 7% no mês, foi quem puxou a indústria em junho.

A produção de bens intermediários, que representa cerca de 60% na indústria total, também teve desempenho positivo e cresceu 2,6%.

A produção de bens de capital, que largou o ano com taxas elevadas de crescimento, desacelerou e cresceu 0,5% em relação a maio. Já os insumos típicos da construção civil avançaram 1,7% no mês.

Esses números indicam desempenho positivo da formação bruta de capital fixo no segundo trimestre do ano, mesmo que em ritmo menor do que o verificado nos primeiros três meses do ano.

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O setor de serviços cresceu 0,5% em abril

O primeiro resultado do segundo trimestre foi positivo para o setor de serviços, que viu o segmento de Outros Serviços ser o destaque da divulgação com crescimento de 5% na margem, puxado principalmente pelas atividades auxiliares dos serviços financeiros.

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PIB cresceu 0,8% no primeiro trimestre, puxado pela demanda doméstica

O crescimento na margem foi em linha com a nossa projeção e é equivalente a uma alta interanual de 2,5%.

Pelo lado da oferta, o aumento do PIB no trimestre foi liderado pelos serviços e pela agropecuária, enquanto a indústria teve leve retração, por conta das quedas na construção e extrativa, que compensaram o crescimento da indústria de transformação.

Pela ótica da demanda, o consumo voltou a crescer com força após ficar de lado no final do ano passado e a formação bruta de capital fixo avançou 4,1% na margem, elevando a taxa de investimentos de 16,2% do PIB no quarto trimestre de 2023 para 16,7% no primeiro deste ano.

Esse resultado reforça a nossa visão de um crescimento acelerado em 2024, liderado pelo consumo, que é reflexo do mercado de trabalho dinâmico.

Os investimentos são a notícia positiva e indicam que o crescimento tendencial da economia pode ser um pouco maior do que o consenso.

Projetamos alta do PIB de 2,3% neste ano.

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Arrecadação federal segue com crescimento robusto

Apoiadas por uma atividade forte e pelas medidas tributárias aprovadas no final do ano passado, as receitas federais somaram R$ 228,9 bilhões em abril.

Esse resultado veio em linha com o esperado e representa uma alta real interanual de 8,3%, acelerando em relação ao observado em março.

Os impostos relacionados à massa salarial e ao consumo seguem impulsionando a arrecadação, com PIS e Cofins beneficiados pelo efeito base relacionado ao retorno da tributação sobre combustíveis (cerca de R$ 3 bilhões de impacto).

De acordo com nossas contas, excluindo esse efeito, ainda teríamos um crescimento interanual real da ordem de 6,8%.

Até o momento, o bom desempenho da arrecadação nos fez revisar a nossa projeção para o resultado primário, que atualmente é de déficit de 0,5% do PIB.

As medidas de auxílio ao Rio Grande do Sul, ainda que não contabilizadas para efeitos de cumprimento da meta, terão impactos no primário deste ano e podem alterar nossas projeções.

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Surpresa com o resultado do balanço de pagamentos de março não altera o cenário positivo das contas externas

O saldo em conta corrente ficou negativo em US$ 4,6 bilhões no período, pior do que o esperado por nós e pela mediana do mercado (US$ 3,0 bilhões).

Assim como nas divulgações anteriores, a balança comercial segue a responsável por reduzir o déficit em conta corrente e manter o cenário favorável para as contas externas, compensando parte das saídas nas contas de serviços e de renda.

Esperamos que esse impulso permaneça ao longo do ano. Na conta financeira, a entrada de US$ 9,6 bilhões de investimento estrangeiro direto surpreendeu as expectativas, alcançando 3,0% do PIB em doze meses e sendo mais do que suficiente para financiar o déficit em conta corrente da ordem de 1,5% do PIB.

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Volume de serviços recuou 0,9% em fevereiro

O resultado surpreendeu negativamente e apresentou queda generalizada entre as aberturas.

Por outro lado, o bom desempenho dos serviços prestados às famílias e forte resultado do comércio varejista em fevereiro confirmam uma perspectiva de crescimento robusto do consumo no começo deste ano.

Como destacado em nosso último cenário mensal, há viés de alta para nossa projeção de 2,0% para o PIB em 2024.

Para mais detalhes, confira o Primeira Reação da PMS, divulgado na sexta-feira.