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Varejo continua apresentando resiliência

As vendas do varejo avançaram 0,2% em janeiro ante dezembro, conforme divulgado ontem pelo IBGE.

No conceito restrito, que exclui o setor automotivo e de materiais de construção, a alta foi de 3,8%, com destaque para os hipermercados.

Ainda que as vendas de veículos tenham recuado na margem, os dados da Fenabrave apontam para uma recuperação nos meses seguintes.

Por fim, chamou a atenção o avanço de 2,9% das vendas de materiais de construção, a despeito dos efeitos contracionistas da política monetária sobre os investimentos neste setor.

Em nossa leitura, esses dados reforçam a avaliação de que o consumo das famílias continuará dando sustentação para o crescimento do PIB neste ano, especialmente diante do ganho real de rendimentos, contrabalanceando os efeitos contracionistas da política monetária.

Fonte: Bradesco-DEPEC

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Produção de veículos ganhou força em março

A despeito de paralisações reportadas no setor, os dados divulgados ontem pela Anfavea mostraram uma recuperação da produção e das vendas de automóveis.

A produção avançou 13,2% entre fevereiro e março, a segunda alta consecutiva nessa métrica, impulsionada tanto pela fabricação de veículos leves como de pesados.

Em relação ao mesmo mês do ano passado, o resultado representa uma alta de 20%. Com isso, o setor voltou para cima dos 200 mil veículos produzidos por mês, mas ainda segue abaixo dos níveis observados no quarto trimestre de 2022.

A despeito dos sinais mais benignos no curto prazo, o cenário para a demanda do setor segue desafiador, em meio à política monetária ainda em campo restritivo e inflação elevada.

Fonte: Bradesco-DEPEC

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Ministério da Fazenda divulgou ontem as diretrizes do novo marco fiscal

O arcabouço combina uma regra para despesa, atrelada ao crescimento da receita líquida, com bandas de resultado primário.

Em nossa avaliação, a regra impõe limites para a despesa mais rígidos do que o esperado em nosso cenário base, levando a uma queda do gasto em relação ao PIB no médio prazo.

Se cumprido, portanto, o arcabouço pode levar a uma consolidação fiscal um pouco mais rápida do que projetávamos.

Ainda que a regra de primário presente no arcabouço evidencie que a busca por receitas será parte da consolidação fiscal, a regra de despesa apresentada sugere que também haverá algum controle do gasto.

O desafio será acomodar um volume grande de despesas contratado para os próximos anos, sobretudo diante da volta dos limites constitucionais de saúde e educação, do novo piso para investimentos e da política de reajuste do salário mínimo.

A divulgação do texto oficial nas próximas semanas será importante, sobretudo para avaliar os mecanismos de fiscalização do cumprimento das regras apresentadas.

Fonte: Bradesco-DEPEC

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Comunicação do Banco Central segue indicando pouco espaço para corte de juros.

Em decisão anunciada ontem, o Copom manteve inalterada a taxa Selic em 13,75% ao ano, conforme o esperado.

Na atualização do balanço de riscos, o colegiado reconheceu os riscos baixistas para a inflação vindos do sistema financeiro internacional e da desaceleração das concessões de crédito no mercado doméstico que se configuraram desde a última decisão, no início de fevereiro.

Contudo, o comitê enfatizou suas preocupações com a deterioração adicional das expectativas de inflação, que já não se situam mais em torno da meta de 3%, inclusive em horizontes mais longos.

Em seu cenário de referência, as projeções para a inflação se elevaram de 5,6% para 5,8% em 2023 e de 3,4% para 3,6% em 2024.

Assim, o comitê reiterou que irá perseguir a consolidação do processo de desinflação e de ancoragem das expectativas, retomando, inclusive, o ciclo de ajuste, caso necessário.

Em nossa leitura, o comunicado da decisão é compatível com nossa expectativa de início do ciclo de corte de juros no segundo semestre, com a Selic encerrando o ano em 12,25% ao ano.

Fonte: Bradesco-DEPEC

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Balança comercial brasileira continuou apresentando bom desempenho no início deste ano

Em fevereiro, o saldo da balança foi de US$ 2,8 bilhões, superior à nossa projeção (US$ 2,3 bilhões) e com a surpresa sendo explicada pelo ganho de tração das exportações nos últimos dias úteis do mês.

Ainda assim, as exportações ficaram aquém do nível de fevereiro do ano passado, o que foi explicado pelo fraco embarque em quantum de petróleo, que registrou nível inferior à média dos últimos dez anos.

Outros dois produtos importantes para as exportações brasileiras, que são a soja e a carne bovina, também merecem destaque.

A quantidade embarcada de soja ainda não refletiu a safra recorde estimada para este ano, que registrou atraso na colheita, e deve acelerar a partir de março.

Já a carne bovina, com a confirmação de um caso atípico de vaca louca no final do mês, houve o embargo automático das vendas para a China, nosso principal comprador.

Nos primeiros dias do embargo, porém, os embarques de carne não sofreram alterações consideráveis e acreditamos que a resolução seja rápida e sem grandes impactos para a balança comercial.

Quanto às importações, houve uma melhora do resultado nas últimas semanas do mês, ainda que a quantidade importada também tenha sido inferior à de fevereiro de 2022.

Com isso, o resultado acumulado do primeiro bimestre do ano não altera a nossa expectativa de superávit de US$ 60 bilhões para 2023.

Fonte: Bradesco-DEPEC

 

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Concessão de crédito tem se mostrado resiliente

O estoque total de crédito do SFN registrou crescimento interanual de 13,6% em janeiro, conforme divulgado ontem pelo Banco Central.

O resultado veio acima do esperado por nós (13,4%) e pela Febraban (13,0%), refletindo a surpresa com as concessões de recursos direcionados, com destaque para as linhas do BNDES voltadas para projetos de infraestrutura e saneamento.

A maioria das linhas com recursos livres seguiu em trajetória de desaceleração na variação interanual, inclusive as mais relacionadas com a atividade econômica, como desconto de duplicata e cartão de crédito à vista. Por outro lado, os empréstimos consignados para servidores públicos e beneficiários do INSS voltaram a acelerar.

Em resumo, a leitura de janeiro não altera a expectativa de desaceleração gradual do crédito ao longo do ano, sobretudo
nas linhas com recursos livres. Nossa projeção para a expansão do crédito geral segue em 9% para 2023.

Fonte: Bradesco – DEPEC

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Monitor da FGV aponta crescimento de 2,9% do PIB em 2022

Conforme divulgado ontem, o resultado foi influenciado principalmente pelo forte avanço do consumo das famílias (+4,0%), especialmente no setor de serviços, refletindo a plena reabertura da economia ao longo do ano.

A formação bruta de capital fixo (FBCF), por sua vez, registrou expansão de 1,1%, a despeito do desempenho negativo do segmento de máquinas e equipamentos.

Nas rubricas de setor externo, as exportações e importações registraram crescimentos de 6% e 0,9%, respectivamente.

Em linhas gerais, esses resultados são compatíveis com nossa estimativa de crescimento de 3,0% do PIB no ano passado. Para 2023, esperamos expansão de 1,5%, refletindo o juro real ainda em patamar elevado.

Fonte: Bradesco – DEPEC

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Ata do Copom reforçou atenção à desancoragem das expectativas

No documento divulgado nesta manhã, o BC reforçou as mensagens contidas no comunicado da última reunião, com atenção especial às causas da desancoragem das expectativas no Focus.

O comitê reforçou o compromisso em conduzir a política monetária para atingir as metas estipuladas pelo CMN.

Em relação aos estímulos fiscais, o BC enfatizou que seus impactos dependem do estágio do ciclo econômico e, ainda, podem ser atenuados pela execução do pacote de ajuste anunciado pelo Ministério da Fazenda.

Em relação à conjuntura econômica, o comitê chamou atenção para a desaceleração da atividade econômica, que, em sua avaliação, deve se intensificar nos próximos trimestres.

Em nossa avaliação, embora o tom de maior preocupação com a ancoragem das expectativas, a comunicação segue compatível com nosso cenário de Selic permanecendo no atual patamar pela maior parte do ano, com redução gradual para 12,25% até o final de 2023, que incorpora também um contexto de desaceleração da atividade econômica e da inflação.

A consolidação desse cenário, no entanto, dependerá dos debates estruturais em curso, principalmente das sinalizações sobre o novo arcabouço fiscal e a sobre a meta de inflação.

Fonte: Bradesco- DEPEC

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Copom subiu o tom para desancoragem das expectativas, indicando que deverá manter a taxa de juros em patamar elevado por um longo período

O Banco Central optou em manter inalterada a taxa Selic em 13,75% a.a., conforme comunicado divulgado ontem à noite.

Na atualização de conjuntura, cabe destacar a avaliação mais positiva do colegiado para o ambiente externo, influenciada pela reabertura da economia chinesa e pelos sinais de resiliência da atividade global, a despeito do ciclo de aperto monetário e dos ainda elevados índices de inflação.

Em seu cenário de referência, que considera a trajetória de Selic extraída do Focus e a taxa de câmbio partindo de R$/US$ 5,15, as projeções do Copom para a inflação de 2023 e de 2024 encontram-se em torno de 5,6% e 3,4%, respectivamente.

A principal inovação desta última comunicação foi o sinal de alerta que o BC trouxe para as incertezas fiscais e para o desvio das projeções de inflação em relação às metas para horizontes mais longos.

O comitê avaliou que essa conjuntura eleva o custo da desinflação necessária para atingir as metas do CMN e reafirmou que conduzirá a política monetária que for necessária para o seu cumprimento.

Em uma simulação com a Selic estável em 13,75% durante todo o horizonte de projeção, o IPCA fica apenas marginalmente abaixo do centro da meta em 2024.

Em nossa avaliação, embora o tom seja inequivocamente de maior preocupação com a ancoragem das expectativas de inflação, a comunicação segue compatível com nosso cenário de Selic permanecendo no atual patamar pela maior parte do ano, com redução gradual para 12,25% até o final de 2023, que incorpora também um contexto de desaceleração da atividade econômica e da inflação.

A consolidação desse cenário, no entanto, dependerá dos debates estruturais em curso, principalmente das sinalizações sobre o novo arcabouço fiscal e a sobre a meta de inflação.