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BC sobe para 5,8% estimativa de inflação em 2021 e vê 74% de chance de estouro da meta

O Banco Central informou nesta quarta-feira,(24), que subiu de 5% para 5,8% sua estimativa de inflação para o ano de 2021, com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

A expectativa, que consta no relatório de inflação do segundo trimestre deste ano, considera a trajetória estimada pelo mercado financeiro para a taxa de juros e de câmbio neste ano e no próximo.

O centro da meta de inflação, em 2021, é de 3,75%. Pelo sistema vigente no país, será considerada cumprida se ficar entre 2,25% e 5,25%. Com isso, a projeção do BC está bem acima do teto do sistema de metas.

A meta de inflação é fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para alcançá-la, o Banco Central eleva ou reduz a taxa básica de juros da economia.

O Banco Central informou, ainda, que a probabilidade de a inflação superar o teto da meta de 5,25% para este ano passou de 41%, em março de 2021, para 74% no documento divulgado nesta quarta-feira. Se a meta não é cumprida, o BC tem de escrever uma carta pública explicando as razões.

Razões para o aumento

De acordo com o BC, a inflação recente tem sido “particularmente afetada” pelo “significativo aumento” dos preços de “commodities” (produtos básicos com cotação internacional, como alimentos, minério de ferro e petróleo), contrabalançado parcialmente pela apreciação cambial (queda do dólar) verificada desde abril.

Além disso, a instituição avaliou que a “persistência do cenário de restrições de oferta” de alguns materiais e insumos, e a “deterioração do cenário hídrico”, que tem rápida repercussão sobre o preço da energia elétrica mediante o acionamento de bandeiras tarifárias, também tem pressionado a inflação nos últimos meses.

“Esses fatores mais do que compensaram os efeitos desinflacionários do recrudescimento da pandemia sobre os preços de serviços e da recente apreciação do real”, avaliou o Banco Central.