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O fotógrafo, que ficou famoso ao clicar belas mulheres nuas
para revistas especializadas, como a Playboy, revela que
existe uma espécie de jogo entre fotógrafo e modelo, uma
preparação antes de conseguir registrar um bom retrato.
“Gente, evidentemente, não é objeto”, relata. “A pessoa
precisa ser envolvida, seduzida. Preciso conversar com ela
para que se entregue àquele personagem que se deseja para o
ensaio”, afirma. Ele pontua que, ao fotografar uma pessoa, é
preciso que ela esteja confiante em seu trabalho: “ela precisa
ser minha cúmplice”, diz.
Sobre a enxurrada de fotos que nos cerca diariamente,
na internet, nas redes sociais e nos aplicativos dedicados
a elas, Crispino enxerga muitos pontos favoráveis. “A
fotografia amadora lucrou muito com os equipamentos
digitais, que baratearam muito a atividade. Hoje há câmeras
semiprofissionais de incrível qualidade, e mesmo alguns
celulares conseguem excelentes resultados”. O profissional
afirma que várias vezes se depara com belíssimas imagens
capturadas por pessoas comuns, sem experiência no ofício,
mas ressalta que os bons fotógrafos têm um quê a mais:
“além do conhecimento técnico, para ser um fotógrafo é
necessário uma formação intelectual consolidada, uma visão
diferenciada e um olhar preparado. Um fotógrafo profissional
é muito mais do que o equipamento”, decreta.
Crispino acredita que a técnica é a alavanca que permite
concretizar aquilo que está imaginando, e já não vê fronteiras
entre o seu trabalho autoral e a prestação de serviço. “Entrego
sempre o meu melhor. Quando há espaço [no trabalho
contratado] interfiro mais”. E o que é capaz de destruir uma
boa foto? “Uma luz ruim estraga qualquer coisa. E uma
equipe mal montada, também!”.
Felizmente, ele não tem encontrado esses obstáculos no seu
cotidiano. “Eu me empenho igualmente em todos os meus
trabalhos. O que aglutina tudo é o entusiasmo”, finaliza.
Técnica e paixão
IstoÉ Gente/Editora Três
IstoÉ Gente/Editora Três