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Não dá para falar da São Paulo Fashion Week - e da relação
da cidade de São Paulo com os desfiles - sem mencionar
o seu idealizador, Paulo Borges, que também é CEO da
Luminosidade. Responsável pela criação do Instituto Nacional
de Moda e Design (In Mod), Paulo começou a trabalhar com
moda há mais de 30 anos e influencia o universo fashion a
ponto de se tornar sinônimo de moda e tendência no país.
Sua trajetória começou com a Cooperativa de Moda -
embrião de uma nova geração de estilistas, que incluiu Walter
Rodrigues. Em seguida, encabeçou o projeto Phytoervas
Fashion, em 1994, elevando os desfiles de moda ao patamar
de grandes eventos culturais. Na ocasião, foram revelados
nomes como Alexandre Herchcovitch, Fause Haten, Jorge
Kaufmann e Marcelo Sommer.
Em 1996, Borges criou o Calendário Oficial Da Moda Brasileira –
Morumbi Fashion Brasil – reunindo, organizando
e profissionalizando toda a criação de moda no Brasil.
A Luminosidade nasceu em 2001. Hoje, a empresa é tida como
uma das mais reconhecidas e destacadas do setor de conceituação,
criação e produção de eventos no mundo, onde a moda faz parte
de uma plataforma de convergência em que vários temas se
interligam. Pelas mãos da Luminosidade, o Morumbi Fashion foi
transformado em São Paulo FashionWeek (SPFW).
“Quando criamos a semana de moda foi pela via da
transversalidade. A moda, assim como a arte, repensa o mundo
o tempo todo. Trocam e fazem provocações, trazem novos
olhares e novas percepções. Esse é um diálogo permanente
que estimulamos há quase duas décadas,” comenta Paulo
Borges, diretor criativo do SPFW e CEO da Luminosidade.
A 37ª edição do SPFW , realizada de 31 de março a 4 de
fashion week
abril, apresentou as propostas para o Verão 2014/2015 de 32
marcas - entre elas, quatro estreantes no calendário (Giuliana
Romanno, Lilly Sarti, Lolitta e Wagner Kallieno). O evento
remeteu a uma grande galeria, celebrando o espaço da criação,
a capacidade de observar, reagir e refletir o tempo em meio à
lógica cada vez mais acelerada do mercado. O tema reafirma o
diálogo transversal do fashion show com as diferentes formas
de expressão artísticas que ululam pela cidade.
Oito minutos é o tempo médio de duração de cada desfile
(independentemente da locação) e uma marca gasta, no
mínimo, R$ 60 mil para colocar a coleção na passarela.
“Isso se não tiver cenário complicado, usar uma luz básica
e tiver somente modelos em começo de carreira”, disse Borges.
“Uma marca que tenha uma Gisele Bündchen rende em poucos
dias, em termos de mídia espontânea [páginas em revistas,
jornais, sites que citam a marca], por volta de R$ 36 milhões.
Só esse retorno já paga o desfile, sem contar o que ele pode
alavancar em vendas”, complementa.
Atenção para os números: investimento de R$ 16 milhões
na infraestrutura do evento; geração de mais de 11 mil
empregos (diretos e indiretos) por edição; negócios na
ordem de R$ 2 bilhões; cada edição do evento atrai cerca
de 80 mil pessoas - duas mil delas, profissionais de
imprensa. Toda essa movimentação gera, em média,
R$ 900 milhões em mídia espontânea.
A influência do SPFW também se reflete nas carreiras e na
profissionalização do setor: em 1997, havia apenas quatro
cursos de moda espalhados pelo país; agora, são 150.
O evento também traz dinheiro para a cidade de São Paulo,
pela forte atração do turismo de negócios e está entre os cinco
de maior movimentação financeira na capital paulista.
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