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“Sergio propôs uma leitura diferente do mobiliário.
Mais volumosa, mais parruda, valorizando a madeira como
identidade cultural brasileira. Ele trouxe uma cara nova para
o mobiliário, expressando o nosso jeito de ser”, ressalta
o arquiteto Fernando Mendes, responsável pela produção
das criações do designer nos últimas 10 anos.
Sergio Rodrigues elegeu o jacarandá – madeira nobre,
resistente e fácil de trabalhar – como a sua preferida.
A matéria-prima, entretanto, foi ficando escassa devido
ao seu uso indiscriminado (e o contrabando de toras dessa
espécie para o exterior). Com o esgotamento do jacarandá,
por volta dos anos 1980, o designer passou a usar madeiras
como o eucalipto, a imbuia, o pau-marfim, o tauari, etc.
A palhinha e o couro – matérias cuja tradição remonta
ao móvel colonial brasileiro – entram como coadjuvantes
importantes em sua criação e, em algumas poucas peças,
seu uso chega a se sobrepor ao da madeira.
Outra característica do seu trabalho são os “cantos
arredondados”, a maior espessura das estruturas dos móveis
e a preocupação com o processo produtivo das peças que
criava. “Sergio sempre teve uma noção muito clara de como
a peça seria fabricada, das etapas de produção”, revela
Mendes, pontuando que as criações do designer sempre
foram realistas quanto a sua concretização.
Madeira
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