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REFERÊNCIA PARA OMERCADO
NO TEMPO CERTO
O SMI tornou-se, rapidamente, referência de mercado pelo
fato de ter sido o primeiro a perceber as necessidades de
pesquisas de moda mais precisa. E, também, por ter criado
uma estrutura de difusão de informação de moda, atendendo
às expectativas de confeccionistas, criadores, indústria,
comércio e varejo de moda. Inicialmente, a abordagem
era apenas sobre o segmento feminino, Na sequência
foram introduzidos os segmentos Masculino e Infantil.
Outra mudança importante (e de resultado positivo) foi a
edição de um book com o registro de todas as informações
disponibilizadas nas palestras, proporcionando praticidade
nos desenvolvimentos de coleções.
“Conquistamos o respeito do mercado de moda brasileiro
por trazermos informação de qualidade, com credibilidade
e de forma neutra. Nós fazemos uma leitura de todas as
tendências e as direcionamos para o público”, assegura a
gerente de desenvolvimento de moda do Senac São Paulo,
Tatiana Putti. “As principais mudanças nesse período de
realização do SMI foram o aprofundamento e clareza dos
assuntos tratados e o fundamental respeito e empenho na
busca de soluções para as necessidades dos clientes do
evento”, acredita Shibukawa, que participa do evento desde
1991 – a princípio como palestrante do segmento masculino
e, desde 1994, como editor de conteúdo.
As duas edições realizadas a cada ano trazem as informações
para a produção de moda quase um ano antes da comercialização
do item. Em agosto, por exemplo, o SMI abordava o inverno
2014. Por que tanta antecipação? “Atualmente não podemos mais
falar em antecipação, pois o mundo está totalmente conectado o
tempo todo”, destaca Shibukawa. Segundo ele, as fronteiras da
informação caíram por terra e nem mais as estações climáticas são
empecilhos para que as tendências de moda se manifestem em
qualquer parte do mundo ignorando invernos e verões. “Assim,
o desafio é a adequar corretamente as informações ‘fresquinhas’
às situações econômicas, comportamentais e culturais de cada
mercado ou região em um mesmo momento”, diz. Ele assegura
que a principal tendência para o inverno 2014 é a reunião de um
ou mais elementos praticamente antagônicos numa mesma peça
ou na composição do look.
“O mercado de confecção no Brasil passa por um momento
que exige um alto grau de profissionalismo e conhecimento
do consumidor, justamente pela difusão rápida das
informações”, ressalta Shibukawa. Dessa forma, produzir
moda atualmente significa unir abastecimento de matéria
prima “just on time”; respeito às novas regras de utilização
de mão de obra para erradicação da mão de obra escrava;
qualificação de mão de obra para maior produtividade e sua
equalização com produtos importados; enfrentar e buscar
soluções para os entraves do sistema logístico ainda carente
de melhorias para atender as necessidades do mercado
brasileiro, nas palavras dele. Tatiana aponta outros desafios
para as marcas brasileiras: “com a acessibilidade das grifes
internacionais, o mercado nacional precisa ter mais qualidade
e diferenciais, com preço justo, para competir à altura”.
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