Ruas são novo local da disputa entre os grandes magazines

A disputa das lojas de departamentos promete ficar mais acirrada a partir deste ano, com uma queda-de-braço principalmente entre lojas de rua, com maior aposta da Renner neste segmento, seguindo os passos de Marisa , Riachuelo e C&A. A Riachuelo é uma das que também investirão mais e em formatos de loja mais versáteis. A rede, que pertence ao Grupo Guararapes, afirma que começa a entrar em novo patamar de sua história, pois este ano investirá mais de R$ 85 milhões em expansão, com a abertura de 12 novas lojas, o dobro de 2009, quando abriu seis unidades, isso sem contar aportes maiores ainda em tecnologia e em marketing.

No final do ano passado, o Grupo Guararapes obteve a aprovação de um financiamento de R$ 442,7 milhões com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), sendo que R$ R$ 393,4 milhões devem ser destinados à Riachuelo, e o restante para a Guararapes Confecções (R$ 31,6 milhões), além da expansão do Midway Shopping, em Natal (RN), (R$ 17,7 milhões), também pertencente ao grupo e onde está a sede da companhia.

Segundo Flávio Rocha, presidente da Riachuelo e diretor de Relações com Investidores, a rede multiplicou por dez o seu tamanho nos últimos dez anos.

“Acreditamos que vamos dar um salto evolutivo também enquanto marca, ao apostar principalmente nas mulheres da classe C, a que mais cresce no País”, diz. A previsão é que as vendas cresçam 20% este ano e o investimento em marketing, que deverá atrair este público, representará 3% do faturamento total – aporte maior do que em 2009, quando foi de quase 2%. A meta de expansão também será mais agressiva, e além das 12 lojas para 2010, outras 12 unidades já estão assinadas para 2011, sendo que para abrir cada unidade são necessários de R$ 7 a 8 milhões. Hoje, a rede tem 107 lojas.

Seguindo a tendência do mercado de lojas de departamentos, que estão diversificando e abrindo lojas menores, como já possuem C&A e a Marisa, a rede ainda está estudando um formato mais compacto, para locais com espaços limitados e que deverão ter mix reduzidos, sem as áreas de cama, mesa e banho – apenas foco em moda jovem. No momento, há duas lojas sendo testadas nesse formato e que já “estariam com bons resultados”. Uma em São Paulo e outra em Natal.

“Em grandes centros temos de ser mais competitivos e manter o mesmo mix, não podemos abrir frente, mas quando o espaço for menor ou mesmo em cidade menores podemos manter só moda”, explica Rocha. Como o cronograma de abertura para os próximos dois anos já está planejado, novas lojas menores devem ser abertas só a partir de 2012.

Para acompanhar a expansão a rede também aumenta paralelamente a sua produção, com a contratação de cerca de dois funcionários a cada nova loja, além de estar investindo na automatização dos seus centros de distribuição (CDs), já foram investidos R$ 10 milhões no CD localizado em Natal e pelo menos outros R$ 5 milhões devem ser investidos no CD de São Paulo.

Segundo o presidente da rede, a Riachuelo produz ao menos uma peça a cada 15 minutos e possui 1,5% de market share, chegando a 110 milhões de peças em um universo de sete bilhões de peças produzidas no Brasil. Hoje, 90% da produção da Guararapes é destinada à Riachuelo e representa 55% do faturamento. A rede deve continuar mantendo parte de sua produção terceirizada.

No mesmo ritmo, a Renner também comemora seus resultados em 2009 e já afirmou que deve investir R$ 140 milhões este ano, além de expandir seus negócios, já que até então focava em shopping centers. Sua próxima loja de rua será localizada na Avenida Paulista, em São Paulo, e ampliará as disputa com as outras redes do gênero. Tanto Riachuelo quanto Marisa, por exemplo, já mantém grande parte de suas lojas nas ruas. “Vamos buscar mais áreas comerciais fora de shopping centers”, contou José Carlos Hruby, diretor da Renner. Hoje, 93% das 120 lojas da rede estão concentradas em shoppings. A rede gaúcha, presidida por José Galló, també