Paulo Octávio pede a desfiliação do DEM

O governador em exercício do Distrito Federal, Paulo Octávio, entregou na tarde desta terça-feira (23/02) a carta de desfiliação do DEM ao presidente nacional da legenda, Rodrigo Maia, na liderança do partido na Câmara dos Deputados.

Ontem, Paulo Octávio havia afirmado que iria esperar a decisão do DEM sobre a sua permanência ou não no partido.

O líder do DEM na Câmara, Paulo Bornhausen (SC), disse hoje que estava mantido o prazo até esta quarta-feira (24/02) para que o governador interino do Distrito Federal, Paulo Octávio, decidisse se queria ficar no partido ou no governo.

“Já há maioria formada no partido pela expulsão sumária”, disse.

O prazo foi dado depois que o governador licenciado, José Roberto Arruda, foi preso.

Com Paulo Octávio assumindo interinamente o comando da capital, o partido determinou que todos os integrantes do governo do DF que sejam do DEM saiam imediatamente se quiserem ficar no partido, inclusive Paulo Octávio.

O DEM tem reunião da Executiva Nacional marcada para esta quarta-feira.

A reunião vai discutir também o caso do secretário de Transportes, Alberto Fraga (DEM), que ainda não deixou o governo.

Ele tem sido um dos principais interlocutores de Paulo Octávio e tem aconselhado o governador interino a não renunciar ao cargo.

Fraga disse que o partido é “incoerente” na sua determinação.

E disse que a expulsão do partido não irá descolar a crise da legenda.

“O DEM não fica fora do escândalo, que já ficou rotulado como Mensalão dos Democratas”, disse.

O mensalão do DEM, cujos vídeos foram divulgados no final do ano passado, é resultado das investigações da operação Caixa de Pandora, da Polícia Federal.

O esquema de desvio de recursos públicos envolvia empresas de tecnologia para o pagamento de propina a deputados da base aliada.

José Roberto Arruda aparece em um dos vídeos recebendo maços de dinheiro.

As imagens foram gravadas pelo ex-secretário de Relações Institucionais, Durval Barbosa, que, na condição de réu em 37 processos, denunciou o esquema por conta da delação premiada.

Em pronunciamento oficial, Arruda afirmou que os recursos recebidos durante a campanha foram “regularmente registrados e contabilizados”.

As investigações da Operação Caixa de Pandora apontam indícios de que Arruda, assessores, deputados e empresários podem ter cometido os crimes de formação de quadrilha, peculato, corrupção passiva e ativa, fraude em licitação, crime eleitoral e crime tributário.