A Abeim (Associação Brasileira do Varejo Têxtil), em pesquisa com seus associados, informa que o varejo de grande superfície deverá encerrar o ano de 2010 com uma estimativa de 1.495 lojas em todo o País.
Em 2009 foram 1.285 estabelecimentos comerciais, representando um crescimento de cerca de 13% sobre os 1.140 lojas em 2008.
O número de empregos diretos cresceu cerca de 7%, com 175.756 pessoas empregadas em 2009 contra 164.986 em 2008.
Para 2010, a expectativa é de abertura de novas vagas com o aumento de número de lojas, estimando-se que o ano seja concluído com 182.223 pessoas empregadas.
Os dados da Abeim mostram que o varejo têxtil das grandes redes passou o ano de 2009 com desempenho satisfatório, sendo que a receita bruta cresceu 7% em relação aos 12 meses de 2008.
A despeito da crise, o varejo têxtil manteve sua previsão de abertura de novas lojas no ano passado e não realizou demissões, apostando na recuperação da economia e no nível de confiança do consumidor brasileiro.
O setor alerta que o principal desafio para 2010 será a capacitação da indústria nacional.
“O abastecimento de peças de vestuário viverá um gargalo nos próximos cinco anos se não houver investimentos em modernização desta indústria, que não está acompanhando o crescimento do varejo de grande superfície.
Este descompasso entre fornecedor, no caso a indústria, e o varejo têxtil preocupa.
“É preciso que sejam criados mecanismos políticos e econômicos de apoio à modernização e expansão do parque industrial brasileiro.
Estamos participando de encontros com representantes da indústria e governo para a busca de soluções que atendam todas as partes envolvidas, especialmente o consumidor final”, afirma Sylvio Mandel, presidente da Abeim.
Cada vez mais pulverizada, a indústria nacional carece de investimentos na modernização do parque produtivo e capacitação do empresário e da mão-de-obra.
“Há uma notória desarticulação entre os interesses de todos os agentes do setor têxtil e de confecção.
Quando se fala em implementação de novas tecnologias, muito se discute quanto a produtos de vanguarda, tecidos inteligentes e outros aspectos importantes para o desenvolvimento de longo prazo, mas muito distantes da realidade e necessidade do mercado consumidor brasileiro no curto e médio prazos”, afirma o presidente da Abeim.
Segundo a entidade, o varejo de grande superfície demanda produtos com melhor acabamento e qualidade, preços competitivos e quantidade suficiente para atendimento de um mercado consumidor cada vez mais exigente, bem como cumprimento dos prazos de entrega estabelecidos pelo varejo, o que não vem sendo tratado adequadamente pela indústria.