Governo descarta aumento exagerado no crédito

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse nesta quinta-feira (25/02) que não acredita que a mudança nos depósitos compulsórios, que vai tirar R$ 71 bilhões do mercado a partir de março, possa ter reflexo no acesso ao crédito e em consequencia, nas taxas de juros ao consumidor.

“Não acredito em falta de crédito já que há crédito no mercado, e também não creio que a medida vá afetar o consumo, que está tendo o crédito necessário. O volume de crédito está crescendo menos do que em 2008, agora em média de 20%.Na minha opinião, não precisa crescer mais do que isso”. O compulsório é uma reserva que o BC possui para controlar a quantidade de dinheiro que circula na economia.

Esse dinheiro é formado por depósitos dos bancos do mercado ? privados e públicos – que são obrigados a aplicar em uma conta do BC parte dos recursos captados pelos clientes deles nas operações ? como a poupança ou os depósitos à vista.

Quando o BC reduz o compulsório, ele automaticamente dá aos bancos mais dinheiro para emprestar aos clientes.

Na teoria, isso permitiria que os bancos reduzissem os juros ou até mesmo ampliassem a oferta de empréstimos no mercado.

O Banco Central mudou nesta quarta-feira (24/02) as regras do compulsório para os bancos.

A última mudança foi feita no segundo semestre de 2008, como forma de garantir que as instituições continuassem a emprestar dinheiro, mesmo com a crise econômica internacional.

Em 2008, o crescimento da oferta de crédito era de 35%, um aumento exagerado, segundo o ministro da Fazenda.

Agora, Mantega afirma que a economia brasileira está preparada para a retirada do estímulo, que não deve trazer impacto negativo, com um crescimento exagerado do crédito.

“Durante a crise, o Banco Central diminuiu o compulsório para aumentar a liquidez. Hoje existe até excesso de liquidez. Por isso acho que a medida foi adequada e terá efeito positivo na economia”.