Consumidores da nova classe média brasileira impõem ritmo diferenciado ao varejo

Segundo Alshop, o aumento da renda familiar e as facilidades oferecidas por empresas do setor têm contribuído para o aquecimento das vendas

Antes deixada de lado no planejamento comercial de algumas empresas, a classe C, considerada por muitos como a nova classe média do Brasil e representada por indivíduos com renda familiar acima de R$ 1,2 mil, têm sido responsáveis por injetar milhões de reais no varejo, a partir de uma maior confiança apresentada por estes na economia nacional, estando seguros para realizarem seus sonhos de consumo, como a compra de tevês de LCD, computadores, celulares de última geração, entre outros itens.

Para atender esta demanda, lojistas criam todos os dias inúmeras formas de atraí-los ainda mais para dentro de seus estabelecimentos, oferecendo linhas diferenciadas de produtos, investindo em publicidade agressiva nos principais veículos de comunicação, financiamentos com juros mais baixos, além de promoções de grande porte, algumas com descontos de até 70% nos itens ou extensos prazos de pagamento. Mecanismos reforçados ainda mais com as diversas liquidações realizadas por shoppings e redes varejistas durante a época da entresafra.

O sucesso da redução do IPI para produtos de linha branca, recém-finalizada após inúmeras prorrogações do Governo, ajudou ainda mais o varejo a compreender o poder de compra desta classe C. Segundo Nabil Sahyoun, presidente da Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop), esta é uma tendência que, se for bem absorvida pelos comerciantes, poderá elevar consideravelmente a representatividade do varejo na economia nacional. “Cada vez mais os lojistas precisam ficar atentos à estas transformações e ganho do poder aquisitivo da população”, afirma.