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Número de consumidores que regularizaram dívidas tem maior alta desde o final de 2015, revela SPC Brasil e CNDL
O crescimento é de 3% no acumulado de 12 meses. Na comparação com o mesmo período do ano passado, a região Sudeste teve maior variação positiva com 33%, seguido do Nordeste com 26%
O Indicador de Recuperação de Crédito, mensurado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) em todo o país aponta um crescimento expressivo de 3% em abril no número de consumidores que conseguiram recuperar o crédito, considerando o acumulado dos últimos em 12 meses. Esta é a maior alta registrada desde o outubro de 2015. O dado é obtido a partir das exclusões de registros de inadimplência mediante pagamento integral da dívida ou renegociação do débito.
Para a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, os dados refletem a gradual retomada da economia brasileira. “Apesar do aumento de pessoas que pagaram dívidas atrasadas, o volume de contas em aberto ainda é grande. Mas na medida em que a melhora da economia passe a resultar em queda do desemprego e no aumento da renda da população, o consumidor deve voltar a obter crédito”, destaca a economista
Mercado ajustou suas expectativas para este ano: taxa de câmbio mais depreciada e inflação mais alta
De acordo com o Relatório Focus, divulgado há pouco pelo Banco Central, o mercado fez pequenos ajustes em suas projeções para o câmbio, inflação e PIB deste ano. No caso das expectativas para o IPCA, a mediana avançou de 3,45% para 3,50% para este ano, e de 4,00% para 4,01% para o próximo. No câmbio, a mediana das expectativas avançou novamente, passando de R$/US$ 3,40 para R$/US$ 3,43 para o final de 2018 e de R$/US$ 3,40 para R$/US$ 3,45 para o fim de 2019. Já a mediana das expectativas para o crescimento do PIB para 2018 recuou de 2,51% para 2,50%, enquanto que para o ano que vem a mediana seguiu indicando expansão de 3,0%. Por fim, as medianas das expectativas para a taxa Selic deste ano e do próximo se mantiveram em 6,25% (não refletindo ainda a última decisão do Copom em manter a taxa inalterada) e 8,00%, respectivamente.
Destaques da Semana
– Atenções do mercado estarão voltadas para a ata da última reunião do Copom e o IPCA-15, enquanto o foco internacional estará na ata do Fomc e prévias de maio dos índices de PMI
No Brasil, teremos a divulgação, amanhã, da ata da última reunião do Copom, na qual a taxa Selic foi mantida em 6,5% ao ano, surpreendendo as expectativas. O BCB deverá dar mais detalhes sobre a interrupção do ciclo de queda de juros e o balanço de riscos para as próximas reuniões. Na quarta-feira, teremos o IPCA-15 de maio, que deve apresentar alta de 0,27%, ainda indicando um comportamento favorável para a inflação neste ano. Na quinta-feira, o BCB irá divulgar a nota do setor externo referente ao mês de abril, os dados devem dar continuidade a um quadro de balanço de pagamento ajustado. Por fim, na sexta-feira, a Aneel divulgará a decisão de bandeira tarifária para junho: esperamos alteração de amarela para vermelha 2, o que representa um impacto de 0,28 p.p. no IPCA do mês. Vale ressaltar que ao longo de toda semana teremos a divulgação de sondagens da FGV referentes a maio, que deverão reforçar o desempenho moderado da atividade no segundo trimestre. Na agenda internacional, o destaque ficará por conta da divulgação da ata do FOMC, na quarta-feira. O comitê de política monetária do Fed deverá atualizar a sua avaliação sobre a dinâmica de atividade e inflação. No mesmo dia, serão conhecidos os dados de inflação (de abril) no Reino Unido: o mercado deverá olhar com atenção a divulgação, pois o indicador anterior surpreendeu para baixo e foi importante para a postergação da alta de juros por parte do BC local. Ainda na quarta-feira, teremos a divulgação dos índices de PMI (Purchasing Managers Index) da Área do Euro, que podem confirmar o ritmo moderado da atividade na região.
Atividade
– Caged: criação de vagas formais em abril reforçou tendência de retomada moderada e sem pressões salariais no mercado de trabalho
Os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados na sexta-feira pelo Ministério do Trabalho, registraram abertura líquida de 115,9 mil vagas formais de trabalho em abril. Descontados os efeitos sazonais, segundo nossas estimativas, foram criados 9,2 mil postos no mês, desacelerando em relação aos 21,3 mil gerados em março. O número de admitidos recuou 3,6% na margem, enquanto o volume de desligados caiu 2,7%. Assim, a média trimestral de geração de vagas manteve-se em torno de 13 mil postos de trabalho, ainda na série livre de efeito sazonais. Ao mesmo tempo, o salário médio dos admitidos devolveu parte da queda observada em março e acelerou no mês passado, porém ainda se mantém em patamar baixo. Dessa forma, o resultado de abril continua indicando uma retomada gradual do mercado de trabalho, sem pressões salariais significativas, o que constitui vetor benigno para a inflação, cujo balanço de riscos prospectivo ficou pior recentemente por conta do cenário externo, conforme explicitado no comunicado da última reunião do Copom.
– FGV: confiança da indústria recuou em maio
O índice de confiança da indústria caiu 0,3 ponto entre abril e maio, alcançando 100,7 pontos, segundo os dados preliminares da Sondagem da Indústria, divulgados há pouco pela FGV. Essa retração, a segunda consecutiva, foi explicada principalmente pela queda de 0,7 ponto do componente de expectativas, que atingiu 100,8 pontos, enquanto o índice de situação atual ficou estável, em 100,5 pontos. O nível de utilização da capacidade instalada, por sua vez, retraiu de 76,5% para 76,1%, na série livre de efeitos sazonais. Assim, esse recuo da confiança neste mês seguiu indicando que a evolução do setor continua volátil, ainda que com gradual tendência altista.