Arruda vai se afastar do cargo para tentar liberdade

O governador afastado do Distrito Federal, José Roberto Arruda (ex-DEM, sem partido), deve apresentar até amanhã (04/03) o pedido para prorrogar sua licença do governo do DF até o fim das investigações sobre o mensalão do DEM. Segundo um dos advogados do governador, o pedido de licença já estava decido e deve ser formalizado em breve. A expectativa é de que o documento será entregue aos ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), que vai julgar amanhã o habeas corpus de Arruda.

Na semana passada, o advogado Nélio Machado, responsável pela defesa de Arruda afirmou que mesmo que fosse solto pela Justiça o governador licenciado continuaria fora do governo até o fim das investigações da operação Caixa de Pandora. A decisão fazia parte da defesa do governador que queria mostrar ao STF que o governador não tem a intenção de atrapalhar as investigações.

“O que o move não é o desejo de voltar ao poder. O que o mobiliza é o desejo de se defender. Se defender em liberdade corresponde a uma regra firmada e acertada há muito tempo pelo Supremo Tribunal Federal. Ele nunca foi ouvido. O fato de ele não ser ouvido é extremamente grave” A carta deve ser distribuído aos 11 ministros do Supremo e é assinada pelo governador afastado e por seus advogados. No documento, Arruda assume o compromisso de manter o afastamento, mediante “licença da chefia do executivo do Distrito Federal”. O STF vai julgar amanhã (04/03) o pedido de habeas corpus do governador, que está preso desde o dia 11 de fevereiro.

Dentro da estratégia de Arruda, faz parte também o envio de uma carta à Câmara Distrital, em que o governador faz a mesma promessa: não retornar ao comando do governo se for libertado pela Justiça. Arruda resiste em renunciar ao cargo, embora saiba que uma decisão desse tipo facilitaria sua soltura, já que a prisão preventiva foi decretada porque ele foi acusado de usar o cargo para atrapalhar as investigações.

Apesar de afastado do cargo, Arruda não perderá o direito a foro privilegiado nos julgamentos do STJ (Superior Tribunal de Justiça), que determinou a prisão do governador.