26
ALÉMDA VITRINE
A fachada é o atrativo para buscar a atenção do consumidor
– e é muito mais complexa do que apenas a vitrine. Fernando
Forte acredita que os varejistas, principalmente, preferem usar
muito vidro na composição da fachada, criando uma grande
vitrine. Ele até utilizou esse recurso na Feed, um açougue-
boutique projetado pelo FGMF e instalado no Itaim, em São
Paulo. “Nessa loja, usamos cores neutras na fachada e vidro
na dianteira e lateral, de forma a mostrar para quem passasse
pela rua o interior da loja”, diz ele. Assim, as cores do quadro
com os cortes de carne disponíveis, os móveis e os produtos
se destacam, deixando a fachada com um clima “irreverente e
agradável”, como solicitado pelo cliente.
Forte pondera que, ao contrário do desejo da maioria dos
varejistas que querem “mostrar os produtos e as entranhas da loja”
pela fachada, algumas vezes é necessário criar um contraponto,
causar curiosidade nos clientes – recurso constantemente utilizado
pelas joalherias, que deixam uma pequena faixa envidraçada, onde
expõem algumas peças do portfólio.
Pensando nisso, será que os produtos da vitrine precisam
combinar com a fachada? Moro Jr. acredita que eles precisam
se integrar. “Muitas vezes, uma simples combinação pode
ocultar as vantagens e as características do produto. Uma
integração transforma a própria vitrine em uma extensão do
produto, aumentando exponencialmente as possibilidades de
fruição e venda”, completa o especialista, pontuando que essa
combinação deve “provocar com elegância”.
Definido o espaço da vitrine, é necessário levantar outros
aspectos da fachada, “como sinalização, iluminação, brilho,
proteção solar....”, como lembra o arquiteto Fernando Forte.