Página 25 - Revista Alshop nº 222

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INTEGRAÇÃO, REFERÊNCIA & ASPIRAÇÃO
Uma das principais características que um bom projeto de
fachada deve possuir é a garantia de uma boa relação com
a arquitetura ao redor. A maioria dos projetos é executada a
partir de uma condição arquitetônica pré-existente, tornando-
se, portanto, um desafio a mais para os arquitetos e designers.
“Desenvolvemos a fachada da Casa Rex, uma agência de
design gráfico”, relata Fernando Forte, sócio do escritório
FGMF Arquitetos. “O local era uma construção antiga e, ao
invés de enveloparmos a fachada, decidimos descascar as
paredes externas e deixar os tijolos à mostra”, conta.
Em termos de integração à arquitetura da cidade, do bairro
ou da rua, é importante que o projeto da fachada respeite as
condições de urbanidade e vizinhança, criando condições
para a convivência, e que afirme as características positivas
da marca. Ela também deve compor harmoniosamente com o
desenho e a cultura do local onde está inserida.
“Uma preocupação muito grande que existe hoje é com as lojas
padronizadas, pois não respeitam as características de cada
local, de cada cultura”, alerta Moro Jr. O acadêmico lembra
que projetos massificados traduzem uma falsa sensação de
“internacionalidade”: “é muito ruim que uma mesma loja tenha
as mesmas características em São Paulo ou em Helsinque.
Um exemplo desse desserviço são as redes de fast-food, que
desejam, com seu desenho padronizado, que as cidades abram
mão de suas características próprias”.
Além da integração, as fachadas podem – e devem! – tornar-se
referências para os consumidores. Todos esses pontos devem
ser analisados, sem esquecer também do público a ser atingido,
levando em conta que todos os consumidores têm questões
aspiracionais. Moro Jr. explica o conceito dizendo que “sempre
estamos projetando em nosso consciente o que queremos no
futuro. Quando todos esses valores são colocados num projeto,
conseguimos atingir o foco do cliente e também públicos de
faixa etária abaixo e acima do buscado pela marca”.