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Qual a melhor forma de oferecer esse crédito ao seu cliente?
Linhas próprias de financiamento ou por meio do cartão
de crédito? A economista Fernanda Della Rosa acredita
nos financiamentos próprios, opção vantajosa pois deixa a
transação com um custo menor e fideliza o cliente, que precisa
voltar mensalmente ao ponto de venda para quitar a parcela – e
acaba realizando novas compras. “O lojista também consegue
flexibilizar a quantidade de parcelas, adequando a política de
pagamento ao perfil do cliente”. Mas há ressalvas: “o ponto
principal para quem pretende oferecer financiamento da
própria loja é o risco de inadimplência”, afirma Fernanda.
A tentativa de minimizar a inadimplência acarreta em outro
custo: a consulta ao cadastro de inadimplentes. E, para as
empresas com grande fluxo, surge a necessidade de manter
uma equipe interna de cobrança. “Por outro lado, o varejista
pode acabar lucrando um pouco com os juros cobrados pelos
pagamentos realizados fora da data”, ressalta Fernanda.
LINHAS PRÓPRIAS
DINHEIRO DE PLÁSTICO
Os cartões de crédito aparecem na preferência dos
consumidores. Dados do SPC Brasil apontam que 77% dos
consumidores brasileiros usam essa opção de pagamento. E
o número de consumidores que dividem os gastos no cartão
em parcelas maiores está aumentando significativamente.
Em 2012, o percentual da população que dividia as
compras em mais de dez vezes para parcelar móveis,
eletrodomésticos e aparelhos eletrônicos era de 10%, 11%
e 10%, respectivamente. Já em 2013, esses percentuais
aumentaram para 15%, 50% e 47%. A modalidade substituiu
os cheques pré-datados, que em 1999 eram utilizados por
62% dos consumidores e, agora, por apenas 9% segundo
números do Banco Central.
Só que as vendas com cartão trazem custos adicionais para
os varejistas: altas taxas cobradas pelas administradoras –
dependendo do tamanho do negócio, a mensalidade chega
a R$ 500 reais – e o aluguel dos POS (algumas lojas
precisam de mais de uma maquininha), por exemplo. Além
disso, o empresário pode ter que aguardar por um longo
período antes de receber a fatura e vivencia dificuldades em
negociar com as administradoras.
“Some-se a isso as frequentes quedas no sistema,
principalmente em datas sazonais”, pontua Fernanda. A
economista pondera que os lojistas precisam reduzir as
margens de lucros, já que encontram dificuldades para repassar
os custos para os consumidores. “Por um lado o cartão de
crédito dificulta a lucratividade do negócio, mas por outro o
viabiliza”, diz. “O cartão possibilita a manutenção dos hábitos
de consumo, Por isso, para o lojista, o cartão de crédito ainda é
vantajoso porque resulta na alavancagem da venda”.
“Os financiamentos ajudam no crescimento interno da
economia pois de um lado os consumidores mantém uma
boa pontualidade nos pagamentos, com índices pequenos de
inadimplência; já as indústrias conseguem manter a produção e
os empregos, permitindo que a economia tradicional mantenha-
se estável”, explica Ildefonso.
Apesar de impactar no fluxo de caixa dos varejistas, a venda
parcelada oferece mais vantagens do que problemas para eles.
Já decidiu qual forma de financiamento irá oferecer?
financiamento via cartão de crédito grande parte das suas
vendas. Sempre alardeando o sistema ‘preço à vista igual ao
parcelado”, ilustra o diretor de Relações Institucionais da
Alshop, Luis Augusto Ildefonso.
Os números comprovam a constante – e crescente – busca
por crédito. De acordo com o Indicador Serasa Experian
da Demanda do Consumidor por Crédito, a quantidade
de pessoas que buscou crédito cresceu 8,7% em julho
deste ano em relação ao mês imediatamente anterior. Na
comparação com julho do ano passado, a alta foi de 5,4%,
fazendo com que no acumulado dos primeiros sete meses
de 2013, a demanda dos consumidores por crédito crescesse
6% frente ao período de janeiro a julho de 2012. Para os
economistas da Serasa Experian, a atual tendência de recuo
da inadimplência e de regularização das dívidas em atraso,
restabelecendo ao acesso ao crédito, e a necessidade de
reequilíbrio patrimonial, principalmente dos consumidores
que foram mais afetados pela alta da inflação do primeiro
semestre deste ano, estão impulsionando a busca dos
consumidores por crédito.