Vendas do varejo crescem 0,2% no mês

As vendas no varejo desaceleraram na passagem de julho para agosto. A alta foi de apenas 0,2%. No entanto, o movimento deve ser encarado como uma acomodação, e não perda de fôlego, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). “O crescimento mais fraco do comércio restrito (que não inclui venda de material de construção e veículos) em agosto, na comparação mensal, deve ser lido como uma mera acomodação, após acumular crescimento de 3,0% nos dois meses anteriores”, corroborou Octavio de Barros, diretor de Pesquisas e Estudos Econômicos do Bradesco.

Especialistas defendem que o ano de 2012 será ainda melhor para o comércio varejista do que foi 2011, graças aos estímulos do governo, como a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para automóveis, móveis e eletrodomésticos. O modesto resultado de agosto foi influenciado pela queda de 1,1% nas vendas do setor de hipermercados e supermercados, prejudicado pelo aumento de preços dos produtos alimentícios.

“[A queda nas vendas] É provavelmente por causa do aumento dos preços, que têm crescido bastante. Temos acompanhado pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) que os produtos alimentícios têm puxado bastante a inflação. O aumento de preço reduz a demanda”, explicou Reinaldo Pereira, gerente da Coordenação de Serviços e Comércio do IBGE.

O resultado final do comércio foi salvo do território negativo pelo crescimento no volume de vendas em cinco de oito setores pesquisados, com destaque para móveis e eletrodomésticos (2,5%). “Os móveis e eletrodomésticos continuam a ser o carro-chefe no varejo restrito, o que mostra que os incentivos do governo ainda têm efeito sobre as vendas”, disse Bruno Fernandes, economista da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

No varejo ampliado, que inclui as atividades de materiais de construção e veículos, houve aumento de 2,7% no volume vendido, graças à boa performance dos automóveis.