Universo franchising

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Fique por dentro dos números que envolvem o segmento de franquias no Brasil

Mesmo em um cenário de desafios e poucas oportunidades, o franchising conseguiu manter o crescimento, demonstrando ser um setor confiável tanto para investidores quanto para os próprios consumidores, que preferem comprar/consumir e utilizar serviços de marcas que já conhecem.

Mas, pouco a pouco, as melhoras do quadro econômico vão surgindo e refletindo de maneira favorável no setor de franquias. O primeiro semestre do ano anotou crescimento de 9,4% e faturamento de R$ 36,89 bilhões em relação ao mesmo período de 2016.

É necessário destacar que ações como a intensificação do uso das redes sociais, a alteração de cardápios entre as redes do segmento de alimentação (um dos mais consolidados do franchising), a extensão de campanhas promocionais – para manter aquecida a relação com o consumidor e atraí-lo como iniciativas que contribuem para manter o faturamento do setor e preparam as rede para o momento de virada da economia – foram fundamentais para o resultado.

Ou seja: quem ficou parado, perdeu.

"Embora os reflexos da retração do consumidor, do desaquecimento do mercado de trabalho e da menor disponibilidade de crédito continuem a impactar o setor, o franchising tem resistido e está colhendo os frutos do trabalho em rede, que possibilita a franqueadores e franqueados obter ganhos em escala, maior flexibilidade e capacidade de negociação com fornecedores", reitera Luciano Zorzal, consultor, diretor de expansão da Zorzal Franquias e sócio-fundador da Zorzal Consultores & Auditores Associados.

Boas oportunidades!

E as perspectivas para 2017 são positivas. Prevê-se uma melhora do cenário econômico e também a atuação de diversas entidades engajadas em contribuir com o Governo Federal em pleitos como o aprimoramento das regras do Simples, o aperfeiçoamento da Lei do Franchising, a modernização das leis trabalhistas, a melhoria das condições de financiamento para franquias e a pacificação da não incidência do ISS sobre a taxa de franquias e royalties.

"São ações que se implementadas promoverão a geração de mais empregos e renda, e maior crescimento para o setor e para a economia brasileira”, completa o Diretor de Franquias da Alshop, Ricardo Camargo.

O argumento ainda não é suficiente para decidir entrar nesse mercado? Saiba que estudo do SEBRAE aponta que 30% das empresas fundadas no Brasil fecham antes de completar dois anos de atividade. Quando observamos o universo do franchising, esse número cai vertiginosamente.

“O risco de começar uma empresa do zero não é de se desprezar, mesmo que você já tenha todo o know how necessário para atuar em determinada área. Agora, quando você investe em uma franquia, além de receber todo o suporte necessário para a operação do negócio, você ainda terá a seu favor o peso de uma marca consolidada no mercado, que já passou e superou por todas as intempéries que, muito provavelmente, você enfrentaria ao abrir sua empresa”, avalia Zorzal.

"Esperamos uma possível redução de custos para financiamento, com taxa de juros mais baixa. Isso faz com que investidores vejam com bons olhos o que o mercado oferece", pondera Junior Nascimento, diretor da Cia de Franchising, anunciando uma crescimento entre 8 e 9% para o segmento no ano.

"A expectativa é que o setor de franquias continue crescendo em número de unidades franqueadas, principalmente, nos formatos de microfranquias e nano franquias (franquias de baixo valor)", completa Diego Simioni, da Cia de Franquia.

Ajustes necessários

Eles apontam os "ajustes" como indispensáveis para o setor seguir em expansão – sejam eles em custos, formatos, tamanho das operações. "Com a crise, a ordem do dia é economizar, portanto, franquias que oferecem produtos e serviços a preços baixos tem se destacado em 2016 e a expectativa é que continue assim em 2017", ressalta Simioni.

Entre os segmentos em destaques, vale apostar em alimentação saudável e natural, em marcas resilientes (que já enfrentaram outras crises e saíram fortalecidas), e naquelas que economizam tempo aos seus clientes. "Além de quererem limitar o tempo em que passam trabalhando, nas horas vagas ha uma tendência observada no comportamento dos consumidores é a de pagar por serviços e produtos que liberem o valioso tempo para se dedicar a atividades que realmente as interessam", comenta o executivo da Cia de Franquias.

Júnior Nacimento reitera que todos os negócios que podem ser ajustados em modelos de quiosques, porta a porta e store in store (loja dentro de loja) terão margem de crescimento mais alta.

"Marcas renomadas procuraram se ajustar em novos modelos para garantir uma capilaridade maior, modelos mais baratos para cidades menores, consequentemente reduzindo o valor de investimento". E esse é um processo de ganha-ganha, beneficiando franqueados, franqueadores e até os shopping centers, principal parceiro das redes de franquias.