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Durante o 2º Simpósio Nacional de Varejo e Shopping, realizado pela Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop) em Punta del Este, Uruguai, a Diretora de Varejo, Shopping e Imobiliário do Ibope, Marcia Sola, retomou o estudo sobre a vacância em shopping centers. O estudo foi apresentado apenas aos jornalistas e constata que não houve grandes mudanças na ocupação dos shopping centers inaugurados a partir de 2013.
Já os shoppings mais “maduros”, conseguiram uma grande redução da área vaga mas não exatamente com a abertura de novas lojas: serviços, entretenimento e áreas de convivência foram incorporadas aos malls para evitar a presença de tapumes e de grandes espaços “sem nada”.
Pequenas melhoras
“Notamos pequenos sinais de melhora mas ainda não é possível cravar que o futuro estará melhor”, disse Marcia. O estudo dos shoppings consolidados (inaugurados até 2012) é realizado por amostragem – em 80 dos 419 empreendimentos considerados pelo Ibope.
A vacância por metro quadrado caiu de 8,5% em 2016 para 5% agora. No ano passado havia 6,2 mil lojas vagas – contra 5,8 mil em 2017.
Os setores mais afetados pela economia, levando ao fechamento de lojas, foram: vestuário, calçados, livraria e acessórios femininos (como bijuterias, bolsas, e afins). Marcia afirma que o e-commerce “deu uma mordidinha” nas vendas desses segmentos no varejo físico, impactando mais fortemente o setor de livraria e eletrônicos. “Porém, há outros fatores que justificam a queda desses segmentos. Percebe-se que as livrarias estão vendendo menos por mudança nos hábitos dos consumidores, que leem menos ou optam por comprar livros usados”, diz. Já o setor de eletrodomésticos e eletrônicos enfrenta a falta de novidades significativas nos produtos e a baixa frequência de recompra dos mesmos.
Falta fôlego para investir?
A Diretora do Ibope afirma, ainda, que os setores de serviços, perfumaria e cosméticos e alimentação seguem em alta, abrindo mais operações em shopping centers, assim como as âncoras. O maior problema dos empreendimentos é ocupar as lojas-satélites: “percebemos o drama dos pequenos varejistas que estão sem fôlego para investir”, diz.
Nos shoppings mais novos a vacância ainda é preocupante: o índice, em ABL, variou de 45% em 2016 para 46% em 2017. O levantamento do Ibope feito com 96 shoppings aponta pra 7,6 mil lojas desocupadas. Os empreendimentos pequenos, de até 20 mil metros quadrados, anotam 49% de vacância em média.
Há dois cases contrários: o shopping Tietê Plaza Shopping, inaugurado no Natal de 2014, conseguiu reverter a vacância que beira, atualmente, os 5%; e o Shopping Cidade de São Paulo, inaugurado em 2016, já abriu as portas com 100% de ocupação.

