A combinação de fracos resultados de varejistas, apoio do Senado a limites nas taxas cobradas por cartões de crédito e preocupações quanto à capacidade dos países europeus de honrar suas dívidas derrubou as bolsas de valores dos Estados Unidos nesta sexta-feira (14/05).
O índice Dow Jones, referência da bolsa de Nova York, recuou 1,51%, para 10.620 pontos. O termômetro de tecnologia Nasdaq caiu 1,98%, a 2.346 pontos. O Standard & Poors 500 perdeu 1,88%, a 1.135 pontos.
As ações de bancos e companhias de cartões de crédito recuaram um dia após o Senado aprovar a limitação nas taxas cobradas sobre transações feitas com cartões de crédito e débito. As restrições somaram-se a temores de que a legislação para a reforma financeira possa diminuir os lucros no setor.
O índice financeiro do S&P cedeu 2,7%, com as companhias de cartões de crédito entre as de pior performance. Os papéis da Visa despencaram 9,9%, ao passo que os da MasterCard desabaram 8,6%.
Os investidores, que tiveram algum alento em sinais de força da economia norte-americana, se depararam com mais previsões abaixo do esperado para varejistas como Nordstrom e J.C. Penney, o que impôs dúvidas quanto à solidez da retomada nos gastos dos consumidores.
O índice de varejo do S&P caiu 1,2%. As ações da Nordstrom cederam 3,7%, e as da J.C. Penney perderam 2,2%.
Peter Boockvar, estrategista de ações da Miller Tabak & Co., em Nova York, disse que a percepção de que a economia dos Estados Unidos se beneficiará da fraqueza na Europa sofreu um revés nesta semana. “Você tem quatro coisas que compõem o PIB: você tem o consumo, você tem o investimento, você tem o governo e você tem o comércio, dos quais três foram abatidos”, afirmou ele.
Com o otimismo inicial sobre a crise na Europa se dissipando, os agentes fugiram de ativos mais arriscados. As ações globais e os preços das commodities tiveram forte queda, enquanto o euro cedeu à mínima em 18 meses ante o dólar.
O presidente-executivo do Deutsche Bank, Josef Ackermann, disse duvidar de que a Grécia possa pagar sua dívida, mas afirmou que o plano de resgate de US$ 1 trilhão criado pela zona do euro vai ajudar a estabilizar Itália e Espanha.
Empresas ligadas ao segmento de matérias-primas também recuaram, com o índice de energia do S&P em queda de 2%, conforme os preços do petróleo caíram à mínima em três meses pelo aumento nos estoques do óleo nos EUA e pelas preocupações com a Europa.
Apesar da sequência negativa de dois dias, os índices marcaram o melhor avanço semanal em dez semanas. No período, o Dow ganhou 2,3%, o S&P 500 subiu 2,2%, e o Nasdaq avançou 3,6%.

