O governador de São Paulo, José Serra, pré-candidato do PSDB à Presidência da República nas eleições de outubro, encaminhou para a Assembleia Legislativa um projeto de lei que altera o cálculo para o reajuste do piso salarial regional.
A proposta prevê que o mínimo paulista passe de R$ 505 para R$ 560, o que representa uma expansão de 10,89%.
O percentual está acima do reajuste do salário mínimo concedido pelo governo federal, que foi de 9,68%.
A definição do piso paulista, no entanto, foi marcada pela confusão nos números.
Antes de começar a coletiva, a assessoria de imprensa do governador distribuiu um material em que informava que o piso no Estado passaria para R$ 550, com um reajuste de 8,79%.
Ou seja, menor do que o percentual promovido pelo Governo Federal, que elevou o mínimo nacional de R$ 465 para R$ 510.
Depois de uma hora de atraso, Serra apareceu junto com o secretário do Emprego e Relações do Trabalho, Guilherme Afif Domingos, para anunciar que o piso correto seria de R$ 560.
Para chegar ao percentual final de 10,89%, o governo paulista empregou um critério até então inédito no Estado.
Utilizou a inflação em São Paulo, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) entre maio de 2009 e fevereiro de 2010, mais a variação do Produto Interno Bruto (PIB) paulista entre 2007 e 2008 de 6,9%.
O tucano disse que não está preocupado com a possibilidade do reajuste ser visto de forma eleitoreira e rejeitou a ideia de que foi feito de última hora para ficar acima do percentual dado pelo governo federal.
“Não estamos numa gincana, estamos governando”, rebateu.
Serra acrescentou que governo tem espaço no orçamento para custear a nova despesa porque o Estado teve um crescimento expressivo na passagem de 2007 para 2008.
A primeira faixa do piso regional incluiu trabalhadores com representação sindical, como domésticas, serventes e contínuos, entre outros.
O governador espera que aproximadamente 1,5 milhão de pessoas sejam beneficiadas pelo aumento.
O tucano afirmou também que acredita que o projeto de lei não terá problemas para ser aprovado em breve na Assembleia Legislativa.