Seae recomenda aprovação da fusão de Perdigão e Sadia com restrições

Sadia e a Perdigão poderão ter que vender marcas como Batavo e Doriana para ter a fusão das duas empresas aprovada pelos órgãos de defesa da concorrência. Outra alternativa será licenciar uma das duas marcas principais por cinco anos. É o que recomenda parecer da Secretaria de Acompanhamento Econômico (Seae), do Ministério da Fazenda, divulgado ontem (29/06).

De acordo com o parecer, “a operação gera concentração de mercado em quase todos os mercados relevantes analisados, com exceção dos mercados relevantes de carne bovina, suína e de frango in natura e de batatas e vegetais congelados”. Por isso, segundo a secretaria, “faz-se necessária a análise de alguns elementos para que seja determinado se, como decorrência da presente operação, há possibilidade de exercício abusivo de poder de mercado”. O documento serve como base para o julgamento do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), que é quem dá a palavra final sobre o assunto e não é obrigado a seguir as recomendações da Seae. Outro parecer será apresentado pela Secretaria de Direito Econômico (SDE), do Ministério da Justiça, que geralmente segue as recomendações da Seae.

No relatório, a Seae afirma que a fusão das duas empresas causa muita concentração ao mercado, principalmente em áreas como lasanhas, pizzas congeladas e hambúrgueres e margarinas. A operação foi anunciada em maio do ano passado e criou a gigante Brazil Foods, com faturamento anual de mais de R$ 22 bilhões.

A secretaria recomenda que, para aprovar a compra, o Cade determine uma de duas alternativas:

1) O repasse a um concorrente por pelo menos cinco anos do direito de uso da marca Sadia ou Perdigão e a venda de ativos como unidade de industrializados, de abate e carteira de fornecedores.

2) Venda das marcas Batavo, Doriana, Claybom, Delicata. Rezende, Confiança, Wilson, Escolha Saudável e de ativos relacionados a produção de laticínios, congelados e outros.