A 2ª Cúpula de Chefes de Estado e de Governo dos Bric (grupo formado pelo Brasil, Rússia, Índia e China) terminou na noite desta quinta-feira (15/04), em Brasília, com saldo positivo, segundo os líderes dos países. “Estamos confiantes de que a convergência aqui alcançada contribuirá para constituição de um espaço de diálogo. Brasil, Rússia, Índia e China têm papel fundamental a desempenhar na construção desta nova ordem internacional mais justa, representativa e segura”, avaliou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O conceito de “nova ordem mundial” se refere ao fim da era em que apenas os países mais desenvolvidos tinham voz nas decisões político-econômicas internacionais. “A Rússia está interesse em desenvolver e resolver questões muitos complexas, uma das mais importantes para superar a crise econômica mundial, um sistema internacional mais justo e igualitário”, reforçou o coro o presidente russo Dmitri Medvedev.
O primeiro-ministro indiano, Manmohan Singh, destacou que foram feitos importantes debates de interesse comum entre os Bric como mudanças climáticas, desenvolvimento sustentável, segurança energética e alimentar. “Nós apoiamos uma ordem mundial democrática, justa e multipolar com as Nações Unidas fazendo o seu papel central para lidar com estes desafios”, defendeu Singh. Os discursos integrados serão levados à reunião do G20, prevista para a última semana de junho no Canadá, quando os líderes das 20 principais economias mundiais se reúnem para debater e traçar estratégicas econômicas.
A próxima reunião dos Bric deve ser marcada para 2011, na China. A informação foi dada pelo presidente chinês Hu Jintao que agradeceu a solidariedade dos demais líderes pelo apoio às vítimas do terremoto que matou centenas de pessoas no noroeste do país asiático. A tragédia, inclusive, gerou uma alteração na agenda do evento, que duraria dois dias, mas teve o encerramento antecipado para hoje. O principal documento assinado pelos chefes de Estado foi um memorando de cooperação entre os bancos de desenvolvimentos dos quatros países: BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social); Vnesheconombank, Export-Import Bank of Índia e o China Development Bank Corporation. O acordo permitirá ampliar as atividades de fomento em projetos de infraestrutura e estimular vários setores produtivos nas nações envolvidas.
Durante o encontro, os governos brasileiro e chinês assinaram o “PAC chinês” – um Plano de Ação Conjunta de cooperação bilateral entre 2010 e 2014, fixando ações em áreas como agricultura, cultura, e energia. Na ocasião da assinatura, o presidente Lula destacou que, desde o início do governo dele, o comércio bilateral com a China cresceu 780%, ultrapassando os Estados Unidos como principal parceiro comercial do Brasil.

