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Varejista entra na lista de empresas mais inovadoras e atinge faturamento recorde no e-commerce
O Magazine Luiza entrou na lista de empresas mais inovadoras da América Latina, elencada pela revista americana Fast Company. A varejista é a única da lista que não é uma empresa nativa digital, comprovando o sucesso da empresa em se digitalizar. Além disso, registrou o melhor trimestre da história, alavancado pelas vendas online que já representam 1/3 do faturamento total.
DNA de inovação
O histórico de inovação do Magazine Luiza é grande. Em 1992, ainda sob a tutela de Luiza Helena Trajano, a empresa criou as "lojas eletrônicas", pontos de venda sem estoque e sem mostruário, nos quais os produtos eram exibidos aos clientes por meios de fitas de vídeo cassete em TVs.
A empresa também foi a primeira a lançar um social commerce, o Magazine Você. A ferramenta começou em redes sociais como o Orkut e hoje é uma plataforma independente que permite que os usuários façam, até, venda porta a porta.
O grande responsável pela virada digital do Magazine Luiza, no entanto, foi o Luizalabs. O laboratório de inovação foi lançado em 2012 e, desde então, é focado em transformar os produtos do Magazine Luiza.
Hoje, o Magazine Luiza oferece uma experiência digital de venda em seus pontos físicos não só nas capitais, mas também nas lojas dos rincões do Norte e Nordeste.
Grande parte da estratégia do Magazine Luiza está na internet. Hoje, um terço do faturamento da companhia vem das vendas online e as operações são completamente integradas.
"Ficamos felizes por sermos reconhecidos por uma publicação que é referência no mercado de tecnologia", afirma Frederico Trajano, CEO do Magazine Luiza. "Mostra que uma empresa brasileira pode ser protagonista no universo digital e que a inovação não é monopólio do Vale do Silício", diz.
Vendas ascendentes
A empresa acaba de comunicar à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) seus resultados financeiros do quarto trimestre de 2017.
O ritmo do crescimento das vendas – muito acima da média do varejo de eletroeletrônicos e móveis — foi um dos destaques. Nos últimos três meses do ano, o faturamento total do Magalu atingiu 4,4 bilhões de reais – elevação de 31% em relação ao mesmo período de 2016. Foi o melhor resultado trimestral da companhia nos últimos cinco anos.
Graças a esse desempenho, o Magalu novamente ganhou participação de mercado nas principais categorias de produtos. No acumulado de 2017, o faturamento da empresa cresceu 28%. Segundo a Pesquisa Mensal de Comércio do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (PMC-IBGE), no mesmo período, a expansão do varejo brasileiro de eletroeletrônicos e móveis foi de 7,7%.
O crescimento acelerado — e muito acima da média do mercado — foi registrado em todos os canais do Magalu. As vendas digitais – de produtos próprios (1P) e de terceiros (3P) — cresceram 60% no quarto trimestre, contra os 6,1% do mercado, registrados pelo E-bit.
O marketplace do Magazine Luiza, lançado em 2016 e que já reúne mais de 750 sellers e mais de 1,5 milhão de itens disponíveis, faturou 230 milhões de reais no ano passado. Mais da metade desse valor – 120 milhões de reais – foi registrada nos últimos três meses do ano, o que demonstra o ritmo da adesão de varejistas de todos os portes à plataforma.
No e-commerce tradicional da companhia, cada vez mais clientes optam pelos dispositivos móveis. Em 2017, o número de downloads do aplicativo de vendas para smartphone chegou a 10 milhões. Durante a última Black Friday, em novembro, o app do Magalu foi o mais baixado do Brasil, superando opções de entretenimento e de serviços.
As vendas das lojas físicas também apresentaram forte expansão: 20% entre os meses de outubro e dezembro do ano passado. No critério de vendas nas mesmas lojas (same store sales), a alta foi de 15%. Em 2017, o Magalu inaugurou 60 lojas físicas, instaladas principalmente na região Nordeste.
Multicanalidade na prática
O avanço acelerado das vendas é reflexo da estratégia de multicanalidade, adotada pelo Magazine Luiza há duas décadas, e do aprofundamento do movimento de transformação digital da companhia. E-commerce, marketplace e lojas físicas operam de forma integrada, com os mesmos padrões de serviço ao cliente, reduzindo custos e aumentando a rentabilidade.
Um exemplo disso é o Retira Loja, um sistema no qual o comprador adquire os produtos nas plataformas de e-commerce e faz a retirada em uma das 858 lojas físicas do Magalu. Atualmente, 20% das mercadorias vendidas nas plataformas digitais são retiradas nas lojas físicas pelos clientes – em um prazo de até 48 horas.
Aumento do Lucro e Caixa Reforçado
A execução da estratégia de multicanalidade, com a introdução de tecnologias proprietárias que melhoram a experiência de compra e elevam a produtividade, a continuidade do programa de Orçamento Base Zero (OBZ) e a gestão matricial de despesas resultaram num aumento expressivo do lucro líquido do Magazine Luiza. No quarto trimestre de 2017, o lucro líquido foi de 166 milhões de reais, crescimento de 260%. No ano, o lucro líquido atingiu 389 milhões de reais, 350% superior ao registrado no ano anterior. Graças ao aumento das vendas, as despesas operacionais foram diluídas em 1,7 ponto percentual.
Nos últimos 12 meses, o Magalu reduziu sua dívida líquida ajustada em 1,8 bilhão de reais. Com isso, a companhia chegou a dezembro de 2017 com a melhor situação de caixa da sua história. Em dezembro, a posição de caixa líquido era de 1,7 bilhão de reais. Esses valores consideram os recursos provenientes da oferta adicional de ações (follow-on), realizada pela companhia em setembro do ano passado.
Os recursos disponíveis serão utilizados, ao longo dos próximos meses, sobretudo em tecnologia e na expansão e transformação da rede de lojas físicas, que serão transformadas em shoppable distribution centers – pequenas centrais digitalizadas de distribuição de serviços, produtos próprios (inclusive os comercializados pelas plataformas digitais) e mercadorias vendidas pelos sellers integrados ao marketplace.