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O 3º Simpósio Nacional de Varejo e Shopping, realizado pela Alshop em Foz do Iguaçu de 5 a 8 de abril, teve cunho bastante político. Mesmo mantendo os pilares de debater as questões Sociais, Tributárias e de Transparência na relação entre Shoppings e Lojistas, abriu espaço para a participação de três presidenciáveis: o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia; o empresário Flávio Rocha; e o atual presidente da República, Michel Temer, que compareceu ao evento com o ex-Ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, possível candidato à vice na chapa do MDB.
Além deles, o evento recebeu a recém empossada Governadora do Estado do Paraná, Cida Borghetti, em seu primeiro evento oficial; do Deputado Federal, Ricardo Barros; do prefeito de Foz do Iguaçu, Chico Brasileiro; do prefeito de São Bernardo do Campo, Orlando Morando; e dos relatores das Reformas Rogério Marinho (trabalhista); Luiz Carlos Hauly (tributária) e do deputado Efraim Filho. Os presidentes das entidades membro da UNECS Paulo Solmucci (Abrasel), George Pinheiro (CACB) e José César da Costa (CNDL) também estiveram presentes no Simpósio.
Mesmo com tantas questões políticas, o evento não perdeu o cunho “varejista”. A especialista em pesquisa de Mercado Márcia Sola falou sobre as tendências para o mercado varejista nos próximos anos; o Especialista em Projetos da ABDI, Eduardo Rezende trouxe informações sobre o “Laboratório de Inovação em Varejo” e o representante da APEX, Leonardo Machado, falou sobre as oportunidades de internacionalização de marcas.
Na finalização do evento, conhecemos o “Empresário do Ano” 2018: o fundador da Petz, Sergio Zimerman.
Cerca de 300 convidados de redes de varejo e shopping centers estiveram presentes no Wish Resort Golf e Conventions. Confiram os principais destaques do Simpósio.
Abertura Solene
O 3º Simpósio Nacional de Varejo e Shopping começou na quinta-feira, 5. A Cerimônia Solene contou com a participação do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, que se atrasou para o evento, provocando um ajuste na programação.
Maia mostrou-se bastante favorável à Reforma Tributária, pleito defendido pela Alshop e pelas outras entidades da UNECS e exaltou as conquistas do último ano – especialmente a aprovação da Reforma Trabalhista.
Nós recebemos 5 artigos na Câmara e os transformamos em 100”, afirmou, lembrando da participação do deputado Rogério Maia na conquista dessa modernização das Leis Trabalhistas. Além disso, destacou a urgência das reformas Previdenciária e Tributária.
Qual o Brasil que nós queremos? O tamanho do nosso país hoje inviabiliza o crescimento”, avaliou, lembrando que 13% do PIB – ou seja, de toda a riqueza produzida aqui – é usado pela Previdência. Maia disse que o Congresso está em movimento, trabalhando pela aprovação das reforma, mas que o impacto do tempo perdido durante o processo de afastamento da ex-presidente Dilma Rousseff ainda impacta no resultado geral dos trabalhos.
“Precisamos aprovar a Reforma da Previdência pois não é justo que a parcela da população que recebe um salário mínimo por mês pague a previdência daqueles que ganham mais de R$ 30 mil”, declarou.
O presidente da Câmara reiterou que é necessário “discutir as despesas do Governo. Há R$ 285 bilhões em incentivos fiscais, e não podemos dizer que todo esse momento esteja sendo utilizado para incentivar a economia e gerar empregos”. Ele fez o mea culpa ao dizer que “a Câmara já devolveu aos cofres públicos mais de R$ 600 milhões em um ano – mas ainda há muita gordura para queimar”.
Maia encerrou o discurso ponderando: “é necessário coragem para fazer uma reforma tributária justa. Atualmente, nosso governo é caro e ineficiente e não devolve nada à sociedade”.
O discurso de Maia foi bastante sinérgico com a fala de Nabil Sahyoun, presidente da Alshop, e de Luiz Claudio Costa, presidente da Record. Ambos exaltaram o momento, em que se faz urgente que o empresariado assuma o protagonismo das mudanças que desejam para o Brasil. “Todos somos responsáveis pela grandeza do Brasil”, pontuou Costa.
Plataforma alinhada com o empresariado
Na sexta-feira, os participantes do Simpósio desfrutaram de uma programação de lazer e entretenimento, com ida ao Parque das Cataratas, onde realizaram o passeio “Macuco”; e torneios esportivos de futebol e tênis, além de caminhada ecológica nas trilhas do Wish Resort Golf e Convention.
A noite, o “Jantar de Boas Vindas” contou com a apresentação do Movimento Brasil 200, criado pelo empresário Flávio Rocha. Licenciado do cargo de CEO da Riachuelo, Rocha reafirmou sua pré-candidatura à presidência nas próximas eleições e apresentou a sua plataforma política.
O Brasil 200 tem como bandeiras o Estado enxuto, a livre negociação e a independência dos cidadãos e das empresas. O nome é referência aos 200 anos de independência que o país completará em 2022. Porém, na visão do pré-candidato, a burocracia estatal ainda não permite a todos a liberdade. "Estado brasileiro é pesado demais para crescer com eficiência. A máquina pública demanda recursos que poderiam ser destinados a áreas importantes, como saúde, segurança e educação", ponderou.
Ainda segundo Flávio Rocha, parte do funcionalismo público têm interesses ideológicos que refletem atraso à produtividade e à competitividade do Brasil. "Os marajás da época de [Fernando] Collor eram apenas caros e inúteis. Os marajás de hoje são tóxicos. Eles são ideologicamente motivados e querem provar que capitalismo não funciona", declarou.
Reforma tributária: necessidade urgente
As palestras e debates se concentraram no sábado, 7. O primeiro painel reuniu os deputados federais Rogério Marinho, Luiz Carlos Hauly, Efraim Filho e foi conduzido pelo presidente da Abrasel e da UNECS, Paulo Solmucci. Em pauta, as Reformas.
Marinho afirmou que a reforma trabalhista, acaba com as "aventuras jurídicas" e já diminuiu em curto período de tempo o número de ações judiciais.