Depois de faturar R$ 10,6 bilhões no ano passado, o segmento de comércio eletrônico estima repetir os 30% de crescimento em 2010 tendo como impulso o uso da internet pela classe C, o aprimoramento dos lojistas e a entrada de concorrentes de peso, como Carrefour e Lojas Renner.
Este cenário acentuará a briga das empresas no quesito preço baixo.
“Apesar de as margens de lucro na internet serem baixas, categorias importantes, como bens duráveis, terão preços mais agressivos”, diz o coordenador do Provar (Programa de Administração do Varejo), Nuno Fouto.
O uso de comparadores de valor como Buscapé e Bondfaro também fortalecem este movimento, pois as comparações entre os preços e as formas de pagamento são imediatas, com apenas um clique do consumidor.
Fouto destaca ainda que, enquanto muitas vezes ocorre inflação no varejo físico, muitas categorias no e-commerce apresentam deflação no balanço mensal.
Além disso, as pessoas enxergam o segmento como barato e seguro para comprar.
De acordo com o diretor de marketing e produtos da consultoria e-bit, Alexandre Umberti, o e-commerce veio para ficar e ganha cada vez mais espaço dentro do consumo privado.
“Temos 70 milhões de internautas, sendo que apenas 17 milhões comparam pela web”, analisa.
Para Umberti, as empresas que estão chegando vão diminuir ainda mais a concentração no setor, algo que ocorre há dois anos.
O Carrefour vem preparando sua chegada ao ambiente virtual há algum tempo, principalmente ao contratar executivos de suas futuras concorrentes.
A rede já comercializa pacotes turísticos pela internet há quase dois anos.
A Lojas Renner, uma das líderes no varejo têxtil e maior vendedora de perfumes importados do País, arquiteta um portal para comercializar relógios e perfumes.
O presidente da rede, José Galló, declarou que a loja virtual poderá entrar no ar neste ano.
A estratégia será concorrer diretamente com a Sack’s, que vende cerca 2 mil frascos nesta categoria diariamente.
Dados da consultoria e-bit mostram que no primeiro trimestre de 2008, a participação da B2W (Americanas.com, Submarino e Shoptime), maior empresa do setor na internet, era de 42,77%, um ano depois esta fatia caiu para 36,22%.
Entre as dez maiores companhias, onde encontram-se MagazineLuiza.com, Saraiva e Nova Pontocom – resultado da associação das lojas Extra.com.br, PontoFrio.com e CasasBahia.com.br, – a participação de mercado no mesmo período caiu de 76,97% para 73,32%.
O coordenador do Provar considera que apesar de a pontocom resultante da associação do Grupo Pão de Açúcar com a Casas Bahia representar ameaça à B2W, os fornecedores não concederão tantos privilégios à companhia.
“As empresas médias também precisam se manter no mercado, pois é interesse da indústria.
” A Casas Bahia, que completou um ano neste mercado, divulgou que a loja virtual representou 1,5% do faturamento da companhia em 2009, que foi de R$ 13 bilhões.
O valor corresponde a R$ 195 milhões.
Em nota, o diretor de marketing, Raphael Klein, avalia o resultado como “excepcional”, pois o investimento em mídia on-line não foi grande e as principais ações foram para as datas comerciais