Enquanto no mercado norte-americano pode correr uma forte concentração no setor de shopping centers com uma possível fusão das duas maiores administradoras de malls daquele país — Simon Property Group e General Growth Properties (GGP) —, no Brasil todos os grandes players confirmam altos investimentos, tornando a concorrência cada vez mais forte.
É o caso da BRMalls, uma das líderes do segmento no território nacional, que reforça o otimismo depois de obter resultados históricos para a companhia no primeiro trimestre, encerrando o período com mais de R$ 1 bilhão em caixa para realizar novas aquisições. A empresa confirmou investimentos de R$ 900 milhões até 2012 e aposta em novos projetos de shoppings voltados principalmente para a classe média, e na expansão de malls que já possui.
Segundo o CEO da companhia, Carlos Medeiros, a empresa continua “procurando e analisando oportunidades de aquisições” e está avançada nas obras de dois novos shoppings, um em Sete Lagoas (MG), e um na Granja Viana, na capital paulista, que já estão 86% e 93% comercializados e devem ser inaugurados em outubro e novembro deste ano, respectivamente. Além destes, há outros três projetos em desenvolvimento. “Acreditamos que o cenário macroeconômico continuará positivo, o que levará a um forte crescimento do varejo, com vacância baixa, fortes renovações de aluguel e inadimplência baixa; o resultado do primeiro trimestre só reforçou isso”, disse, durante teleconferência de resultados.
A companhia deve crescer e ganhar 46 mil m² de área bruta locável (ABL) — o que representa 10% da área que tem hoje — com os sete projetos de expansão em andamento. A maior delas será a do Shopping Tamboré, em São Paulo, que deve ser inaugurada no primeiro trimestre de 2011 e já está 55% comercializada.
Entre os resultados do primeiro trimestre que se destacaram na companhia, que detém participação em 35 empreendimentos, está um crescimento da receita líquida de 31,7%, alcançando R$ 106,3 milhões. O seu lucro líquido, porém, que foi de R$ 42,1 milhões, teve queda de 9,8% na comparação com os R$ 46,6 milhões do primeiro trimestre de 2009, mas foi justificado pela variação cambial, já que a empresa tem dívida em dólar.
As vendas nas lojas comparáveis alcançaram recordes históricos, com alta de 16,2%, impulsionada principalmente pela recuperação das lojas-âncoras. A BrMalls firmou que atingiu pelo terceiro trimestre consecutivo o nível recorde de ocupação nos seus shoppings, terminando março com uma taxa de ocupação de 98,2%.
Outro player que já anunciou investimentos em novos shoppings, por exemplo, é a Cyrela Commercial Properties (CCP), resultado da cisão da Cyrela Brazil Realty, ocorrida em 2007, que afirma que a sua área que mais deve crescer é a de centros comerciais, quase dobrando sua participação dentro do faturamento da companhia, além de prever investimentos médios de R$ 1 bilhão, levando em conta os projetos em andamento e intenção de lançar dois novos shoppings este ano. “Nossa atuação no segmento passava despercebida pelo mercado. A partir de 2007, com a cisão e o IPO [oferta inicial de ações na bolsa de valores] passamos a pensar em novos projetos”, afirmou recentemente ao DCI José Roberto Voso, diretor de shopping centers da CCP.