Em meio ao clima incerto dos mercados e a contínua volatilidade vista nas últimas semanas, o dólar acompanhado pela variação da Ptax ficou com o posto de melhor investimento do mês de maio, com ganhos nominais de 4,34%. Vale mencionar que o dólar comercial encerrou o mês com alta de 4,8%, pondo fim a três meses consecutivos de baixa.
O investimento em ouro, por sua vez, ficou com a vice-liderança no mês, com rentabilidade nominal de 3,15% no mês. Vista como uma alternativa de proteção de capital, a commodity se beneficiou do forte sentimento de aversão ao risco que tomou conta dos mercados no período – resultado, principalmente, do noticiário internacional.
Considerando os ganhos nominais – ou seja, descontando o Índice Geral de Preços – Mercados (IGP-M), que marcou 1,19% no mês – dólar e ouro foram as únicas no campo positivo, com variação de 3,11% e 1,94%, respectivamente. Já o Ibovespa viu as perdas se intensificarem em maio, refletindo o momento instável da renda variável. O índice teve seu pior mês desde outubro de 2008, auge da crise financeira, registrando retorno nominal de -6,64% – angariando novamente o posto de pior investimento do mês, assim como em abril. A queda, contudo, foi um pouco menor do que a vista nos principais índices dos EUA, que encerraram o período com desvalorização de mais de 8%.
Nas alternativas de renda fixa, a aplicação em CDBs pré-fixados de 30 dias garantiu retorno nominal médio de 0,79% em maio, pouco acima do benchmark CDI (+0,75%). A caderneta de poupança, por sua vez, apresentou retorno nominal de 0,55% no mês.
O cenário europeu continuou sendo o principal foco dos mercados, e também o maior gerador de instabilidade. Em meio à aprovação de pacotes de austeridade fiscal em países como Itália, Grã Bretanha, Grécia e Espanha, os temores de contágio de outras economias e do sistema bancário aumentaram. O corte do rating espanhol promovido pela Fitch não ajudou a melhorar as perspectivas para a região, assim como a proibição alemã ao naked short selling.
Nos EUA, a segunda prévia do PIB do país referente ao primeiro trimestre de 2010 revelou uma expansão anualizada de 3,0%, patamar inferior às expectativas do mercado, de 3,3%. Por lá repercutiu ainda a aprovação da reforma financeira pelo senado norte-americano.
Por aqui, o início do mês foi marcado ainda pela temporada de divulgação de resultados, que contou com os números das principais blue chips do País: Vale (VALE3, VALE5) e Petrobras (PETR3, PETR4). No caso da estatal, contudo, os números foram ofuscados pela ansiedade dos investidores sobre a capitalização da empresa, prevista para junho. Além disso, na China, a inflação registrou em abril sua maior alta dos últimos 18 meses, deflagrando maiores temores de um aperto monetário.
Liderando os ganhos do Ibovespa, as ações ordinárias da TIM (TCSL3) avançaram 14,92% em maio. O setor de telecomunicações brasileiro teve um mês agitado, com destaque para a tentativa da Telefónica em comprar a fatia da Portugal Telecom na Vivo (VIV04).
As recomendações para os ativos do setor também ficaram em foco. O BTG Pactual, por exemplo, recomendou a compra das ações das companhias de telecomunicação que atuam no País, citando o Plano Nacional de Banda Larga, pelo qual as operadoras de celular poderão ser bastante beneficiadas. Já Morgan Stanley e JP Morgan elevaram suas recomendações para a TIM para overweight (desempenho acima da média do mercado), enquanto o Citi elegeu a empresa como top pick. Por outro lado, os papéis ordinários da Brasil Ecodiesel (ECOD3) ficaram com o pior desempenho do índice no mês, com recuo de 27,83%.