Em resposta às movimentações da concorrência em torno de uma possível união de operações de Claro e Embratel, o presidente da operadora móvel Vivo, Roberto Lima, disse que confia nos projetos da operadora para se manter na liderança do segmento no País. “Estamos atentos aos movimentos do mercado para a empresa se manter inovadora”, disse referindo-se à ampliação da oferta de internet móvel (3G), durante a apresentação do filme publicitário que a companhia gravou com o ex-jogador de futebol Pelé.
Lima ressaltou também a capacidade da operadora de ofertar serviços às diversas necessidades dos clientes e o foco da companhia em ampliar sua participação no mercado de internet de terceira geração (3G). “Hoje temos ofertas para praticamente todas as frentes e vamos continuar os projetos para manter a posição de líder do segmento no Brasil.”
Para o presidente da Vivo, o plano de ampliar de 600 para 2,8 mil o número de municípios cobertos com a tecnologia 3G é uma prova da demonstração de força da empresa: “Realmente estamos estruturados para ter projetos grandes, como o compromisso de incluir mais de 2 mil municípios [na banda larga 3G] em praticamente 18 meses: é uma tarefa difícil, porque exige acompanhamento e conhecimento”.
Sobre a possibilidade de o plano da Vivo ser uma resposta à reativação da Telebrás, Lima disse: “Você não pode imaginar que a gente faz o plano por esse motivo, isso já está no planejamento da Vivo há muito tempo”. Segundo ele, a empresa já trabalhava havia dois anos para ter condições estruturais para “fazer isso de forma positiva”. “Eu acho positivo que o governo valorize o investimento em banda larga, porque realmente é um dos elementos que podem levar mais desenvolvimento para o País em curto prazo”, explicou o executivo.
Se Vivo tenta crescer de forma orgânica, com a expansão da rede, tanto de voz como de dados, a concorrente América Móvil, companhia do bilionário mexicano Carlos Slim e dona da operadora móvel Claro, no Brasil, disse, em comunicado à Comissão de Valores Mobiliários do México, que vai adquirir o controle da Telmex internacional. A empresa detém as operadoras Embratel (telefonia fixa) e Net Serviços (para televisão paga e banda larga).
Pelo acordo, Slim pagará US$ 2,1 bilhões aos acionistas que optarem por receber em dinheiro pela venda dos papéis da Telmex. De acordo com o comunicado, os acionistas da empresa aceitaram a oferta da América Móvil, por 93% das ações. Estimativas iniciais calculam que se as operadoras se unirem os ganhos de sinergia podem ser de 20% a 30% por conta do compartilhamento de infraestrutura e da oferta de pacotes integrados (voz, dados e celular).
Por conta da posição estratégica da Vivo no mercado de telecomunicações brasileiro, as sócias Portugal Telecom (PT) e Telefónica travam nos últimos dias uma verdadeira batalha pela adesão (ou não) dos acionistas à proposta do grupo espanhol de 6,5 bilhões de euros pelos 50% da PT na operadora móvel brasileira.
A 15 dias da reunião que decidirá o futuro da Vivo, a Ongoing, a quinta maior acionista da PT, detentora de 6,74% das ações do grupo já se posicionou contra a proposta, afirmou o presidente da empresa, Nuno Vasconcelos. “Se esta proposta, que está em cima da mesa, é a que será a levada à assembleia, a Ongoing votará contra”, afirmou, ressaltando em seguida que: “A presença no Brasil é estratégica para o futuro da Portugal Telecom”, disse o executivo.