~
A Black Friday entrou definitivamente para o calendário do varejo brasileiro. Nascida nos EUA, na sexta-feira seguinte ao Dia de Ação de Graças, a data é conhecida mundialmente como um grande dia de descontos e promoções nas redes de varejo. Por aqui, ganhou o apelido pejorativo de "Black Fraude", já que nos primeiros anos de realização observou-se que algumas marcas aumentavam os preços dos produtos dias antes da "mega liquidação", e acabavam dando descontos irreais – o que ficou conhecido como "metade do dobro". Em 2015, entretanto, alguns órgãos monitoraram a ação dos e-commerces brasileiros e das redes de varejo em geral para acompanhar a evolução dos preços durante as quatro semanas anteriores à Black Friday. O resultado surpreendeu: as marcas praticaram descontos reais, em média de 30% nos itens ofertados.
Atuando há 3 anos no Brasil, a BigData realizou um dos estudos mais assertivos, encomendado pela PayPay. Eles monitoraram 450 mil e-commerces e revelam que 100% das grandes marcas, aquelas com mais de 500 mil visitantes por mês, participaram da promoção. No resultado geral, 89,4% das lojas virtuais ofereceram descontos durante a sexta-feira, 27 de novembro.
Segundo o estudo, apenas empresas de atuação pontual, com produtos extremamente customizados, ficaram de fora. “O mito de uma Black Friday cheia de promoções falsas caiu por terra. A data tem se firmado – e nossos números comprovam – como o principal momento das vendas online no País”, declara Thoran Rodrigues, CEO e fundador da BigData.
Metodologia
O processo de captura de dados da internet usado pela BigData prevê o processamento de 2,5 Petabytes semanalmente, extraídos de visitas a mais de 400 milhões de sites, dos quais são obtidos informações estruturadas e seus links. Esse método permitiu acompanhar as alterações realizadas pelas marcas em suas lojas virtuais e detectou que os preços ofertados desmentiram os rumores sobre pseudo promoções na web. Eles de fato aconteceram e representaram oportunidades genuínas de descontos praticados pelos e-commerces. Em média, durante a sexta-feira do dia 27 de novembro, os valores cobrados caíram 30,86% – para R$ 372,00 – em comparação aos praticados na internet brasileira quatro semanas antes.
“Sabemos por outra pesquisa nossa (Ipsos 2015) que o e-commerce brasileiro, incluindo tanto as transações domésticas, quanto as compras de brasileiros em sites no exterior, deverá movimentar 121,2 bilhões este ano, um crescimento de 29% sobre 2014, uma taxa de crescimento expressiva ante ao atual quadro econômico desafiador. Os números da Black Friday confirmam, mais uma vez, o expressivo potencial das vendas online no País”, afirma Paula Paschoal, diretora Comercial do PayPal Brasil.
Vale lembrar que as categorias que tiveram o melhor desempenho na data, de acordo com a ClearSale, foram os eletrodomésticos (com R$ 370,8 milhões em vendas), seguidos pelos celulares (R$ 327,8 mi), eletrônicos (R$ 240,1 mi), produtos de informática (R$ 146,9 mi) e móveis (R$ 74,1 mi). A Black Friday 2015 registou 76% de aumento nas vendas, anotando R$ 1,5 bilhões de faturamento.
Para as empresas que atuam exclusivamente com o varejo físico fica o alerta: é imprescindível atuar na rede mundial. E uma dúvida: de que maneira essa data irá interferir ou contribuir para o desempenho das lojas nas vendas de Natal?