Menos de 30% da população do Estado de São Paulo adere à vacinação contra a gripe suína

A menos de uma semana do fim da segunda etapa de vacinação contra a gripe suína destinada às grávidas, crianças de seis meses a dois anos e doentes crônicos, menos de 30% da população do Estado de São Paulo foi aos postos de saúde para se vacinar. Nesta sexta-feira (02/04) é o último dia da vacinação destes grupos prioritários que começou no dia 22 de março. Apesar de ser feriado de Páscoa, as unidades estaduais de saúde localizadas nas rodoviárias e no Instituto Pasteur em São Paulo estarão abertas, assim como as AMAs (Assistência Médica Ambulatorial). Já as UBSs (Unidades Básicas de Saúde) ficarão fechadas no feriado, segundo a Secretaria Municipal de Saúde. Veja o cronograma completo de vacinação. Ao todo, 1 milhão de pessoas compareceu às UBSs do Estado até o dia 24 de março, segundo a Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo. O número é equivalente a 27,7% dos 3,6 milhões de pessoas que o governo espera vacinar até essa sexta-feira (2) em todo o Estado.

Para a coordenadora de Controle de Doenças do Governo do Estado de São Paulo, Clélia Maria Aranda, o número é razoável, e expressa o costume tipicamente brasileiro de deixar para fazer obrigações na última hora. Chama sua atenção, entretanto, o fato de os doentes crônicos serem os que menos aderiram. Para a especialista isso pode ser um sinal da falta de informação sobre a própria doença e da necessidade de se vacinar. “[A adesão à vacinação] está razoável. Cerca de 70% dos trabalhadores de saúde foram vacinados, enquanto 90% dos indígenas e pelo menos uns 20% entre os bebês e gestantes. Os doentes crônicos não são nem 10%, mas a gente está insistindo na divulgação, porque enquanto tem aquele que nem sabe que a vacina está disponível, há aqueles que têm dúvida e outros que têm receio ou estão esperando passar primeiro pelo médico para saber se podem tomar a vacina”.

Para a coordenadora, vale ressaltar os tipos mais comuns de doenças crônicas e a necessidade de pessoas portadoras vacinarem-se. “Vale a pena dar esse alerta sobre doenças crônicas como asma, diabetes, câncer, HIV, pessoas com insuficiência cardíaca e obesidade mórbida. Todas elas devem tomar a vacina. As pessoas ainda têm dúvida se a doença que ela tem é crônica”. Dados os casos de mortalidade no ano passado pela gripe, o objetivo da campanha de vacinação, segundo Clélia Aranda, é diminuir o número de mortes, em especial, entre os doentes crônicos. “Vimos o risco de doença grave e de morte entre os doentes crônicos ao longo da pandemia no ano passado. A intenção [da campanha de vacinação] não é a de bloquear a expansão da epidemia, mas diminuir os casos de morte”.

Questionada se o governo espera atingir a meta de 3,6 milhões, a especialista afirma que isso não depende apenas do governo, mas “da atuação do serviço de saúde em dispor a vacina e do esclarecimento das pessoas”.