A moda carioca se consolida nos asfaltos paulistas e ao seguir redes que deram certo, vale investir até em abrir unidades no bairro Bom Retiro, famoso pelas confecções de coreanos radicados na cidade, que hoje tem uma loja carioca, a Mercatto. A empresa tem menos de um ano na principal rua da região, a José Paulino, e vende no atacado e varejo para os consumidores locais. A Mercatto na verdade parece seguir o exemplo de redes que vieram para São Paulo por meio do Grupo Iguatemi, que hoje possui 167 lojas e 9% são de marcas vindas do Rio de Janeiro. Duas delas estão atualmente com exclusividade no Market Place, centro de compras que pertence ao Grupo: Fábula e Totem.
No mercado de vestuário e acessórios, vale lembrar como Animale, Cantão, Farm,Folic, Maria Bonita, Salinas, Mr. Cat, New Order, Osklen, Reserva, Redley e Verve entraram na capital paulista por meio do Shopping Iguatemi. Este ano novos nomes cariocas devem entrar no mall, porém ainda não foram revelados. No caso da Farm, que era pouco conhecida dos paulistanos quando desembarcou em São Paulo, no Shopping Iguatemi, nos Jardins, na zona sul, a estratégia deu certo. Passados pouco mais de cinco anos, hoje é a loja de confecção feminina que mais vende por metro quadrado no mall, voltado às classes A e B.
Com um público-alvo de mulheres entre 18 e 30 anos e um tíquete médio de R$ 250 a marca prevê expansão na capital paulista. “Para 2011 planeja a abertura de mais quatro lojas na capital paulista”, enfatiza o diretor administrativo da Farm, Marcello Bastos. Com roupas coloridas na arara, leves e com jeito de pé na areia, a loja destaca-se das demais pelo visual das roupas que confecciona 1 milhão e meio de peças de roupa por ano. Hoje a marca possui 33 lojas, um outlet e a Casa Farm, de atacado.
Nessa esteira está ainda a Enjoy, com nove anos em São Paulo e possui 59 lojas nas principais cidades do Brasil: seis delas entre os paulistas, e 18 no Rio de Janeiro. Segundo a gerente de Marketing da marca, Bianca Cerdeira, a rede está nos shoppings: Morumbi, Eldorado, Villa Lobos, Vila Olímpia, Anália Franco, Granja Vianna. “A presença em São Paulo é estratégica devido a exposição da marca nesta praça para todo o País e este ano planejamos expansão para atender a demanda que temos”, afirma a porta-voz.
Questionada sobre a diferença de vestir uma paulista e uma carioca, Bianca responde que ambas têm estilos semelhantes e estampas com a modelagem confortável agradam os dois estados e são feitas para mulheres com idade média de 35 anos. “O mix de peças da coleção é o mesmo em ambas as cidades, uma vez que o foco da marca são multimulheres contemporâneas dos grandes centros urbanos. O fato da marca ser carioca o DNA inspirado no lifestyle da cidade, que privilegia a alegria e o bem estar em todos os momentos dessa mulher, seja no trabalho ou leveza”, explica.
Para competir no universo da moda o Shopping Cidade Jardim aposta tanto em moda carioca como em grifes exclusivas internacionais, como a francesa Longchamp e a italiana Furla, ambas de bolsas e acessórios, fora lojas de marcas nacionais. Uma delas, do Rio, a LeeLoo, é uma confecção carioca badalada, que nasceu em 1999 em Ipanema e abriu ali sua primeira loja paulista. Outro caso é a Gang, por exemplo, que trouxe a moda funkeira, mas ainda não emplacou e entrou em contato com a direção do mall para falar de sua possível saída. Já a Espaço Fashion, até então pouco conhecida dos paulistanos, é uma das que mais vende.
Recentemente a Riachuelo fechou parceria também com estilista da classe de luxo, Oskar Metsavaht, dono da grife carioca Osklen, um dos nomes mais procurados do mundo fashion no País, para desenhar as roupas para a rede com o intuito de dar aos clientes da marca uma nova maneira de cobrir o corpo. No momento da parceria, o presidente da Riachuelo, Flávio Rocha, afirmou que para este lançamento foram produzidas ao todo 120 mil peças para a coleção de verão, que ficou disponível em todas as lojas.