INTERNACIONALIZAR PODE SER O CAMINHO

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Expandir além das fronteiras nacionais. Esse pode ser o caminho para as marcas de varejo brasileiro nesse momento de instabilidade econômica e redução do poder de compra do consumidor. O assunto foi tema de um painel durante o 1º Simpósio Nacional de Varejo e Shopping, realizado pela Alshop nos dias 1º e 2 de abril no Conrad Punta del Este. A discussão foi conduzida por Salvador Parisi, diretor de Negócios Internacionais da Alshop e contou com a participação de David Barioni, presidente da Apex Brasil, Claudio Bobrow, sócio da Puket e Marco Aurélio Vidal, Diretor de Expansão da Arezzo.

Barioni mostrou-se surpreso com a quantidade de marcas brasileiras que têm procurado a Apex em busca a internacionalização. Segundo ele, até 2015 eram baixa a procura do segmento pela internacionalização. “Mas desde o final do ano passado, recebemos o contato de várias marcas do setor”, disse. Ele lembrou que a Apex realiza eventos em muitos lugares do mundo, colocando os empresários brasileiros em contato com possíveis parceiros internacionais. “A internacionalização é possível para marcas de pequeno, médio e grande porte, e a Apex está preparada para dar todo o suporte necessário para elas”.

Novas fronteiras

Bobrow contou que a internacionalização da Puket é muito contundente, especialmente porque encontraram um bom parceiro, com capilaridade e vigor para suportar a operação da Puket. Quanto ao produto, Bobrow avalia que o mais interessante da internacionalização é poder distribuir o mesmo produto que a consagrou no país, fortalecendo a marca. “Mas precisamos fazer adaptações, inclusive com os nossos fornecedores, pois o mercado externo tem regulamentações que não existem no Brasil”, resumiu.

Já a expansão da Arezzo se deu por meio da marca Schultz. Vidal explicou que o produto comercializado 70% igual à da coleção brasileira, com adaptações em cerca de 30% dos itens. O executivo ressaltou que o mercado norte americano é muito mais favorável ao empresário, já que sem o excesso de processos burocráticos, taxas e tributos, “é possível concentrar-se apenas na operação, investindo no trabalho de branding e nas experiências oferecidas no ponto de venda”.

"Em razão do momento atual da economia brasileira, a internacionalização de marcas é uma alternativa viável para o crescimento das empresa. Assim, a Alshop fechará uma parceria com APEX para fortalecer o processo de internacionalização", resumiu Nabil Sahyoun, presidente da Alshop.

Nabil lembra que a entidade criou, recentemente, um nova diretoria apenas para auxiliar às marcas no processo de internacionalização – desde a avalição do novo mercado, auxilio com trâmites legais e burocráticos e até o relacionamento com possíveis parceiros e investidores. E a parceria com a Apex-Brasil, que será formatada e anunciada oficialmente nos próximos dias, fortalecerá a atuação dessa nova diretoria.

Questões trabalhistas

Os debatedores foram questionados por Ricardo Patah, presidente da UGT presente na plateia, sobre a necessidade de usar mão de obra brasileira na produção dos itens, evitando que o índice de desemprego torne-se ainda maior. Nesse momento, Claudio Bobrow ressaltou que será necessário rever algumas leis trabalhistas: “quando o produto é fabricado na China, por exemplo, a mão de obra custa ¼ do gasto em matéria-prima. No Brasil, a relação é de 1 para 1, encarecendo o produto final. Por que pagar R$ 10 em um item com valor agregado se poderia pagar R$ 6?”, exemplificou o executivo.

A questão trabalhista também está no foco da Alshop: em conversas internas com Ricardo Patah e empresários do porte de Luiza Helena Trajano, a Alshop já está alinhavando um pleito comum, que atenda às necessidades tanto dos empregadores quanto dos funcionários. Em seguida, esse pleito será apresentado ao MDIC e aos outros órgãos e autarquias que podem dar andamento à solicitação.

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SOBRE A ALSHOP:
Com mais de 45 mil associados em todo o país, a Alshop – Associação Brasileira de Lojistas de Shopping representa hoje cerca de 140 mil lojistas dos 893 shopping centers instalados no País. A entidade foi criada em 1994 e é membro da Federação Nacional de Varejo norte-americana (NRF), do Forum for International Retail Association Executives (FIRAE), do International Council of Shopping Center (ICSC) e da União Nacional das Entidades do Comércio e Serviços (UNECS).