Intenção de compra pela internet cai 7,9% em São Paulo

O internauta paulista está menos propenso a gastar com bens e serviços na internet, revela pesquisa divulgada nesta quinta-feira (15/04) pela Fundação Instituto de Administração (FIA) e pela Felisoni Consultores Associados.

Segundo os dados da Pesquisa Trimestral de Intenção de Compras no Varejo, a intenção de compra dos internautas no trimestre que começa em abril é 7,9% menor que o do primeiro trimestre de 2010. A pesquisa, que é elaborada dentro do Programa de Administração de Varejo mantido pelas entidades, foi realizada entre 15 e 26 de março, com 6.609 internautas do Estado de São Paulo.

O levantamento mostra uma queda significativa na intenção de compra pela internet. Se no primeiro trimestre 52,1% dos consumidores disseram não querer comprar nada pela internet, esse índice aumentou agora para 69,2%. Outra descoberta foi a tendência de crescimento da linha branca, que ultrapassou a venda de CDs e DVDs.

“O comportamento caminhava de maneira extremamente positiva, associada a passagem da crise financeira e a redução do IPI. O primeiro trimestre foi muito atípico para o mercado brasileiro, por isso, não pode se dizer que houve um esfriamento”, afirma o diretor de pesquisas do Provar, professor Nuno Fouto. Fouto observa que o público da internet é outro, tem uma renda mais alta e não obteve aumento na renda de maneira acentuada como as demais classes, dái o menor consumo no período.

Os segmentos de eletroeletrônicos (30,2%), seguido pelos itens de Informática (27,7%), CD, DVD, Livros e Revistas (22,9%) e telefonia e celulares (22,6%) lideram a intenção de compras pela internet. Ainda que esses produtos tenham se mantido na ponta do consumo paulista, houve um declínio em todos eles na comparação com o trimestre anterior.

Com relação aos eletroeletrônicos, evidenciou-se uma queda de 5,9% na intenção de compra. Essa contração se estendeu a informática (- 3,4%), a telefonia e celulares (- 2,1%), e principalmente a CD, DVD, livros e revistas com queda acentuada de 7,2%. “Na internet, o consumo de CDs e DVDs sempre foi o maior em comparação com os outros segmentos, mas isso vem deixando de ser ruma realidade. Em vista da natureza do produto (pode ser baixado pela web), compra-se menos hoje em dia. Já em relação à linha branco acontece ao contrário, uma confiança na compra de produtos mais caros pela internet”, explica Fouto. Esse movimento, segundo o professor, deve-se a entrada de grandes varejistas como Casas Bahia e Ponto Frio no mercado de comércio eletrônico.