Informativo Econômico

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Reunimos as informações econômicas mais relevantes da semana

Os relatórios DEPEC (Bradesco) e do Boa Vista/CNDL abordam as expectativas de inflação e juros e mostram a visão do consumidor sobre o atual cenário econômico. Antes de falarmos sobre eles, divulgamos as informações compartilhadas pelo analista-chefe de economia, Roberto Indech.

Ele lembra que nesta segunda-feira, 18, a bolsa brasileira estará atenta aos possíveis desdobramentos da segunda denúncia do ex-procurador-geral, Rodrigo Janot, contra o presidente Michel Temer na Câmara. No dia, teremos vencimento de opções sobre ações, o que poderá adicionar volatilidade ao mercado.

Na agenda de indicadores na semana no Brasil há dados de inflação, como IPCA 15 de setembro e do Relatório Trimestral de Inflação (RTI) na quinta-feira. Já no exterior, o foco está no Federal Reserve, com a decisão de política monetária na quarta feira mas que não deverá apresentar alteração.

Por outro lado, o mercado estará atento em detalhes sobre a possível reversão de seu balanço patrimonial. No lado das commodities, o petróleo recua 0,6% e as ações de mineradoras operam sem tendência definida na Europa nesta manhã.

O indicador do SPC Brasil e CNDL avalia que o mercado revisou para baixo as expectativas de inflação e juros e para cima as de crescimento do PIB. A mediana das projeções de crescimento permaneceu em 0,60% para 2017 e passou de 2,1% para 2,2% para 2018.

As expectativas para o IPCA de 2017 foram novamente ajustadas para baixo, de uma alta de 3,14% para outra de 3,08%, e de 4,15% para 4,12% para 2018. Por sua vez, a mediana da taxa Selic permaneceu em 7,0% para o final deste ano e caiu de 7,25% para 7,0% para o final de 2018.

Por fim, a mediana das expectativas para a taxa de câmbio ficou estável em R$/US$ 3,20 para o final deste ano e recuou de R$/US$ 3,35 para R$/US$ 3,30 para o final de 2018.

Internacional

O mesmo relatório avalia a situação nos EUA referentes a agosto. O índice de inflação ao consumidor subiu 1,9% no mês na comparação interanual, ante alta de 1,7% em julho, ligeiramente acima da mediana da expectativa do mercado (1,8%). Essa aceleração nos preços em agosto em grande parte reflete a aceleração nos preços de energia, que passaram de uma alta interanual de 3,4% em julho para 6,4% em julho.

Já o núcleo, que excluí alimentos e energia, manteve o ritmo do mês anterior, de alta de 1,7%, sugerindo que a inflação corrente permanece bem comportada quando excluímos os itens mais voláteis como alimentos e energia. Diante desse cenário benigno para os preços domésticos e da manutenção do crescimento da economia em ritmo saudável, reforçam a expectativa de normalização gradual dos juros no país. Continuam projetando que o início da retirada dos estímulos quantitativos ocorra em setembro de 2017, porém acreditam que o Fed só voltará a elevar os juros no primeiro trimestre de 2018, não mais em dezembro desse ano, como projetávamos anteriormente.

Brasileiros vêm cenário econômico negativo

Pelo segundo mês consecutivo, a confiança do consumidor voltou a crescer e atingiu 42,3 pontos em agosto, ante os 41,4 pontos em julho. Os dados do Indicador de Confiança do Consumidor (ICC) do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) mostram que o consumidor brasileiro segue cauteloso: 40% avaliam, no momento atual, sua vida financeira como ruim e apenas 12% como boa – já para a avaliação da economia, o percentual dos que acreditam estar ruim sobe para 79% e o de otimistas apenas 3%.

Em geral, os consumidores tendem a ser mais otimistas ao tratar da própria vida financeira do que ao tratar da economia do país. Porém, nem sempre o otimismo possui justificativas sólidas”, afirma o presidente da CNDL, Honório Pinheiro. A consolidação da melhora da percepção do momento atual e da confiança dependerá, essencialmente, da continuidade da retomada econômica no segundo semestre. Diversos indicadores econômicos já apontam alguma melhora, como é o caso da inflação, dos juros e mesmo da atividade econômica. Isso ainda não se reflete, todavia, no dia-a-dia do consumidor”, avalia.

Consumidores

Considerando as expectativas dos consumidores para a economia, apenas 21% disse estar otimista com os próximos seis meses, ao passo que 34% disseram estar pessimistas.

De acordo com o indicador, 28% dos pessimistas com a economia não têm boas expectativas por acreditar que a corrupção atrapalha o desempenho do país. Outra razão citada é o alto nível de desemprego que ainda se nota (20%). Também se menciona a discordância com a atual política econômica (17%); o fato de as instituições e leis não favorecerem o desenvolvimento do país (13%) e a alta dos preços (10%).

No caso das expectativas para a vida financeira, 60% manifestaram boas expectativas para a vida financeira e 10% manifestam expectativas ruins ou muito ruins. Apesar disso, a maior parte dos consumidores otimistas não sabe ao certo justificar as razões do otimismo (37%). Há, no entanto, 27% que respaldam sua posição na perspectiva de conseguir um novo emprego ou promoção; 11% que acreditam que a economia irá melhorar, 8% que dizem estar investindo na profissão e 8% afirmam ter feito uma boa gestão das finanças.

Foram entrevistados 801 consumidores.