O aquecimento do varejo e os planos de expansão da indústria estão movimentando o mercado de imóveis industriais e de galpões logísticos. De acordo com um levantamento feito pela CB Richard Ellis, nos próximos dez anos chegarão ao mercado 2,8 milhões metros quadrados em novos projetos de galpões logísticos no Estado de São Paulo.
Um outro levantamento, feito pela Herzog, estima que este ano a perspectiva é de que 554 mil m² de novos empreendimentos sejam construídos em um raio de até cem quilômetros da capital paulista, o que representaria um crescimento de 27% do estoque avaliado pela empresa. “O segmento industrial e o de logística estão fortes. O Brasil está recebendo muitas consultas de empresas de equipamentos e tecnologia que devem instalar sua primeira ou segunda planta no País. Várias indústrias estão comprando terrenos para a instalação de novas plantas ou estão estruturando processos de build to suit (construção sob encomenda). É bem claro que são investimentos de longo prazo”, explica Marcos Montadon, diretor comercial da CB Richard Ellis. Segundo o levantamento, o estoque atual é de 3,7 milhões de m² e a taxa de vacância está em 7%, considerada baixa.
Para Simone Santos, diretora de Serviços Corporativos da Herzog, a perspectiva decorre do resultado de estudo realizado pela empresa com investidores cadastrados em seu banco de dados. “Há uma previsão de crescimento de 50% de negócios realizados pela Herzog em 2010, em relação a 2009. Esperamos ultrapassar a barreira dos R$ 100 milhões”, afirma a diretora.
De olho no interesse de investidores neste mercado e na demanda local de distribuição da região de Ribeirão Preto, as empresas Halna Empreendimentos, Jbens e EWP anunciaram na semana passada o investimento de R$ 85 milhões para a construção de um condomínio logístico no município. Elas estão criando um fundo de investimento imobiliário com um parceiro financeiro para captar novos investidores no projeto. “A expectativa de retorno da locação é de 12% ao ano. Estamos negociando com três interessados”, afirma Arnaldo Halpern, diretor e fundador da Halna, incorporadora que tem 29 anos de atuação e faturou R$ 20 milhões em 2009.
O terreno fica no km 317,5 da Via Anhanguera, próximo ao aeroporto Leite Lopes, numa área de quase 200 mil m². O imóvel poderá comportar até 20 empresas, em uma área total construída da ordem de 67 mil m². “Iniciamos a comercialização em abril e já temos dois clientes potenciais em negociação, que ocuparão um terço do empreendimento”, diz. O empresário está negociando um terreno para um segundo projeto, próximo do aeroporto de Viracopos, em Campinas.
Outra que volta a apostar no segmento de galpões é a Racional Engenharia, com a construção de um centro logístico no encontro do Rodoanel com a Rodovia Raposo Tavares, em São Paulo. Dona do terreno de 180 mil m² há mais de 20 anos, a empresa investirá R$ 250 milhões na construção do projeto, que terá uma área de 105,3 mil m². “É uma oportunidade imperdível. Estamos fazendo um projeto superdetalhado, com a mais alta tecnologia. Acho que é um modelo a ser replicado. Como o varejo está bombando, a eficiência em termos de cadeia logística é necessária mas não existe. Também é uma área em que há possibilidade de crescimento infinita porque não temos estrutura de centros de distribuição como nos Estados Unidos e no México”, pontua Érika Matsumoto, gerente executiva da Racional Engenharia.
Metade do empreendimento será entregue até agosto, e a Racional está prospectanto locatários. O investimento no projeto, desta vez, será com capital próprio.

