A operadora de telefonia móvel Claro iniciou uma campanha para tentar reeducar seus consumidores de banda larga móvel. Com a perspectiva de que o mercado de acesso móvel supere, em número de usuários, a banda larga fixa em todo o País até o segundo semestre deste ano – chegando a 15 milhões de usuários, segundo a consultoria Teleco anunciou ontem-, a operadora viu a necessidade de desestimular os acessos via modem 3G e, em contrapartida, oferecer planos mais baratos de acesso para smartphones.
A operadora anunciou que vai substituir seus planos ilimitados de acesso por planos limitados a preços reduzidos. “O nome do jogo é backhaul [capacidade de rede] e distribuição” afirma Fiamma Zarif, diretora de serviços de Serviços de Valor Agregado da Claro. “Há uma migração dos planos ilimitados para planos limitados, senão a conta não fecha. Temos que remanejar de forma inteligente”, completa.
Por outro lado, a Vivo, que diz estimular o uso de smartphones, mas não em detrimento dos modems, mantém desde a estratégia de planos limitados – com franquias de uso. “A gente sempre educou nossos clientes de que a vantagem era a mobilidade mesmo. E que não daria para usar como se fosse a internet fixa”, afirmou ao DCI, Fábio Freitas, gerente oferta de internet móvel da Vivo.
Luis Lima, diretor de projetos estratégicos da operadora CTBC, afirma que tem estudado direcionar alguns clientes para a internet fixa. “Mas neste momento não estamos repensando a estratégia de ilimitado: temos de melhorar o modelo de negócio”, afirma Lima.
Com cautela em relação ao 3G, as operadoras buscam alternativas para rentabilizar a oferta de dados, mas acima de tudo, conseguir entregar o que vendem, uma vez que suas redes estão superlotadas e carentes de investimentos. Por outro lado, afirmam que o perfil dos usuários de banda larga móvel tem que mudar e se distanciar dos usuários da fixa, que suporta aplicações que exigem mais da rede.
Com a perspectiva de retração na demanda por modems 3G, a chinesa Huawei retrocedeu em seu processo de nacionalização da produção dos aparelhos.No terceiro semestre do ano passado, a empresa cancelou a produção local com sua parceira Flextronics e optou por importá-los.