Brasileiro é quem mais gasta para montar “casa digital”, diz pesquisa

O brasileiro é quem mais tem de gastar para montar uma casa digital entre cinco países da América Latina pesquisados (Argentina, Brasil, Chile, Colômbia e México). A conclusão é do estudo “Índice Casa Digital”, da Marco Consultoria. Realizado em abril, a pesquisa averiguou o custo de uma cesta de produtos tecnológicos em cada um desses países.

A cesta contém uma TV LCD, câmera digital, home theater, reprodutor Blu-ray, smartphone, notebook, netbook e videogame. Os preços foram tirados das principais redes de varejo dos Estados, analisados e convertidos em dólar de acordo com o câmbio vigente. Para a comparação, foram selecionados produtos semelhantes, de mesma marca e de primeira linha. No Brasil, a cesta básica da Casa Digital custa US$ 7.540. Na Colômbia, o preço é mais baixo (US$ 4.772), seguido pelo México (US$ 4.986) e o Chile (US$ 5.809). Na Argentina são necessários US$ 6.701.

A situação, no entanto, se altera quando se observa a proporção entre o rendimento médio da população do país e o custo da cesta. Nesse caso, o Chile se destaca, pois seus habitantes precisam de 8,02 salários para adquirir os produtos listados. Atrás está o México com 9,11. O Brasil é o terceiro (9,55) – em 2009, era 10,1. A Argentina, última colocada (14,7), está distante de todo o grupo, pois a Colômbia, quarta, tem proporção de 10,3 salários/cesta.

Para Henrique de Campos Junior, responsável pela pesquisa no país, a melhora no índice brasileiro em relação ao ano anterior, mesmo que tímida, segue uma tendência favorável. “Apesar de pequena, a redução do valor da cesta da Casa Digital tem sido constante nas últimas quatro pesquisas. Reflete o aumento real do salário do brasileiro, além de uma constante valorização do real perante o dólar, que em conjunto, são utilizados pela maior parte das empresas de eletrônicos para definir seus preços de vendas”.

Quanto aos produtos considerados, a TV (42 polegadas e imagem em Full HD), como nos anos anteriores, é o aparelho mais dispendioso, custando algo em torno de 2500 dólares. Em segundo, o notebook (processador Intel Core 2 Duo, memória 2048MB e HD de 160 GB): média de US$ 1,3 mil.

O salário médio dos países pesquisados é de US$ 596. O Brasil está muito acima desta média com US$ 790, e o Chile tem o segundo maior índice, US$ 725. México (US$ 547), Colômbia (US$ 463) e Argentina (US$ 455) estão abaixo da média da região.