Boletim Econômico – 4 a 8 de dezembro

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O mercado segue atento as movimentações acerca da Reforma da Previdência e ao longo dos próximos dias teremos uma agenda intensa com destaque para a decisão do Copom que deverá cortar mais 0,5 p.p. da taxa de juros, a Selic, enquanto nos EUA, são aguardados números do mercado de trabalho, o payroll. No lado das commodities, o petróleo recua 1,1% enquanto as ações de mineradoras avançam na Europa.

O crescimento de 0,1% ante o trimestre anterior teve como destaque, novamente, o consumo das famílias, que mostrou expansão de 1,2%. Beneficiado por um ambiente mais favorável do mercado de trabalho, seja em relação ao início do retorno ao setor formal e às sucessivas quedas da taxa de desemprego (que passou de 12,9% no início do ano para 12,5% em outubro), o comportamento do consumidor tem sido compatível com a melhora da confiança e diminuição da poupança precaucional. Soma-se a este movimento a divulgação de dados novamente favoráveis de inflação e condições expansionistas no mercado de crédito, fatores que corroboram um cenário de recuperação gradual, mas consistente. Por fim, apesar do crescimento do PIB na margem ter ficado levemente aquém do esperado, os dados referentes ao PIB agropecuário foram revisados para cima, o que coloca viés de alta para nossa projeção de 0,9% para o PIB do ano.

Destaques da Semana

Semana contará com decisão de política monetária, IPCA e produção industrial

Reunião do COPOM, IPCA e produção industrial serão os destaques desta semana. Com a manutenção do cenário benigno de inflação, especialmente com núcleos bem comportados (estimamos IPCA de 0,35% em novembro), esperamos redução de 0,5 p.p. na Selic na próxima reunião do COPOM. Assim, a taxa básica de juros encerrará o ano em 7,0%. Também será conhecida a produção industrial de outubro, para a qual esperamos ligeira alta na margem.

– MDIC: balança comercial registrou superávit de US$ 3,5 bilhões em novembro

Após apresentar saldo positivo na última semana do mês, o saldo da balança comercial encerrou novembro com superávit de US$ 3,5 bilhões, de acordo com os dados divulgados na última sexta-feira pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços. Esse resultado é equivalente a um saldo positivo de US$ 49,3 bilhões em termos anualizados, levando em conta os ajustes sazonais. No mês, as exportações somaram US$ 16,7 bilhões, superando as importações, que alcançaram US$ 13,1 bilhões. Na comparação com as médias diárias do mesmo período do ano passado, houve crescimento de 2,9% dos embarques e de 14,7% das compras externas. O crescimento das exportações foi explicado pelo aumento das vendas de básicos (26,5%) e semimanufaturados (3,1%), enquanto retraíram as vendas de manufaturados (-14,2%). Em relação às importações, cresceram os gastos principalmente com combustíveis e lubrificantes e bens de consumo, de 69,2% e 20,0%, nessa ordem. Na margem, excluindo a conta de petróleo, os embarques cederam 8,0% e as compras externas cresceram 1,7%. Assim, o saldo comercial acumulou superávit de US$ 62,0 bilhões no ano.

Confiança das micro e pequenas empresas aumenta

Refletindo um clima de otimismo moderado na economia, o Indicador de Confiança do Micro e Pequeno Empresário calculado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) alcançou 51,5 pontos em novembro – um leve recuo após atingir 52,7 pontos em outubro, a melhor marca desde meados de 2015, início da série histórica. A escala do indicador varia de zero a 100, sendo que resultados acima de 50 demonstram uma prevalência de otimismo entre os micro e pequenos empresários.

“Como ocorreu nos meses anteriores, ao pensar sobre o futuro do seu próprio negócio, os empresários mostraram-se muito mais otimistas do que ao avaliar o desempenho da economia como um todo, que ainda é visto como muito negativo nos últimos seis meses”, afirma o presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro. “De todo modo, o número de empresários que têm essa percepção vem caindo ao longo dos meses. Isso reflete o processo de retomada que a economia brasileira começa a esboçar, com a queda da inflação, redução dos juros e com o tímido resultado da atividade esperado para 2017.”

Tendências de Mercado

Os mercados acionários iniciam a semana com tendência de alta, após o senado dos EUA aprovar a Reforma Tributária. As bolsas asiáticas fecharam o pregão com ganhos, com exceção de Tóquio, que caiu 0,5%. Já as bolsas europeias operam no campo negativo, mesma direção apontada pelos índices futuros para as bolsas dos Estados Unidos. No mercado de divisas, o dólar ganha valor ante as principais moedas.

No mercado de commodities, o petróleo é negociado em baixa, após forte alta na última semana, refletindo a decisão da Opep de estender o acordo que limita a produção até o final do próximo ano. As principais commodities agrícolas operam em alta, com exceção do café e açúcar. Os metais industriais não apresentam tendência única, com altas do cobre e níquel e queda do alumínio.