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Nesta segunda feira, a agenda de indicadores inicia a semana vazia mas há grande expectativa para os próximos dias. No Brasil, deveremos acompanhar as negociações que envolvem a Reforma da Previdência, apesar de continuarmos acreditando em uma baixa probabilidade de aprovação neste ano além do anúncio de que Luciano Huck não será candidato a presidência da República. No exterior, o foco segue na reforma tributária dos EUA. Na agenda da semana tem ainda o PIB do 3T17 do Brasil e dos EUA, além da reunião da Opep e não-membros do cartel para discutir os níveis de produção da commodity e uma possível extensão do acordo de corte na produção. E por falar em commodities, o petróleo recua 0,9% enquanto as ações de mineradoras avançam levemente nesta manhã na Europa.
PIB do terceiro trimestre deverá crescer 0,2%, em função da alta do consumo
Os indicadores de atividade deverão continuar reforçando o cenário de recuperação gradual da economia nacional. O PIB do terceiro trimestre, que será divulgado na sexta-feira, deverá crescer 0,2% em relação ao trimestre anterior, puxado novamente pela boa dinâmica do consumo das famílias (para o qual esperamos alta de quase 1,0% na margem). Já os dados de mercado de trabalho continuarão a mostrar a boa dinâmica da ocupação.
Por fim, o resultado primário do Tesouro, que será conhecido amanhã, deverá registrar superávit de R$16,5 bilhões em outubro, beneficiado pelo montante recebido pela concessão da Cemig.
O mercado alterou suas estimativas para a inflação deste e do próximo ano e para o PIB de 2018, segundo projeções coletadas até o dia 24 de novembro e divulgadas hoje, 27, pelo Relatório Focus do Banco Central. A mediana das expectativas para o IPCA deste ano foi alterada de 3,09% para 3,06%, enquanto a de 2018 passou de 4,03% para 4,02%. Já a mediana das expectativas para o crescimento do PIB permaneceu em 0,73% para este ano e foi de 2,51% para 2,58% para 2018.
As expectativas para a mediana da taxa Selic mais uma vez não se alteraram, permanecendo em 7,0% para ambos os anos. Por fim, as projeções medianas para a taxa de câmbio para o final deste ano se mantiveram em R$/US$ 3,25 em 2017 e R$/US$ 3,30 em 2018.
– Receita Federal: arrecadação superou as expectativas, ao subir 4,5% em outubro, atingindo R$ 121,1 bilhões, uma alta real de 4,5% na comparação com o mesmo período do ano passado. Esse resultado superou a mediana das projeções do mercado, de receitas de R$ 116,3 bilhões. No ano, as receitas caíram 0,8% em termos reais.
Em outubro, a arrecadação foi favorecida pelas receitas do programa de regularização tributária (RERCT) e pelo leilão de concessão de hidrelétricas. A recuperação da atividade, que está ganhando tração nos últimos meses, deve manter a arrecadação federal em recuperação. No ano, projetamos déficit primário de R$ 159 bilhões – equivalente à meta fiscal do governo.
Tendências de Mercado
Os mercados acionários iniciam a semana sem tendência única. As bolsas asiáticas fecharam o pregão com perdas, com destaque para a Bolsa de Shanghai, que caiu 1,3%. Já as bolsas europeias operam no campo positivo, mesma direção apontada pelos índices futuros para as bolsas dos Estados Unidos na volta do feriado. No mercado de divisas, o dólar registra pequena variação ante as moedas dos principais países.
No mercado de commodities, o petróleo inicia a semana em queda, à espera da reunião da Opep marcada para quinta-feira, na qual os países membros devem anunciar uma extensão do acordo que limita a produção para o próximo ano. As principais commodities agrícolas operam em queda, com exceção do café. Os metais industriais são negociados em queda, devolvendo parte dos ganhos da última semana.
O mercado de juros deve reagir à evolução das projeções constantes no relatório Focus, divulgado há pouco pelo Banco Central. Na agenda doméstica, conheceremos os dados semanais da balança comercial e do relatório mensal da dívida pública federal.
O índice de confiança da indústria avançou 2,7 pontos entre setembro e outubro, chegando a 98,1 pontos, segundo os dados preliminares da Sondagem da Indústria divulgados há pouco pela FGV. Essa elevação foi explicada pela melhora dos componentes de expectativa, que avançou 3,8 pontos para 99,0 pontos, e do índice de situação atual, que passou de 95,5 para 97,2 pontos. O nível de utilização da capacidade instalada, no entanto, recuou de 74,3% para 73,8%. Tais resultados corroboram nosso cenário de retomada da atividade econômica nos próximos meses, com aceleração do PIB no quarto trimestre.

